UE amanhece com avanço de eurocéticos e estreita vitória do PPE
Bruxelas, 26 mai (EFE).- A União Europeia (UE) acordou nesta segunda-feira com resultados eleitorais que confirmam o avanço dos eurocéticos e o surgimento no parlamento Europeu de novos atores, que conseguiram minar a força dos grandes partidos conservadores, sociais-democratas e liberais.
A última atualização dos resultados das eleições europeias seguem dando ao Partido Popular Europeu (PPE) 212 cadeiras, enquanto os sociais-democratas ganharam mais dois assentos desde ontem à noite, até 187, e os liberais do Alde aumentam sua presença em dois eurodeputados, até 72.
Os Verdes mantêm 55 cadeiras, os conservadores e reformistas sobem para 45, a esquerda fica com 43, os não inscritos ganham uma vaga, até 39, o grupo europeu de liberdade e democracia perde representação, até 35, e o grupo “outros” também diminuiu presença, até 63.
A Eurocâmara, que será composta por 751 cadeiras, ficará mais fragmentada do que a eleita há cinco anos atrás (formada por 766 membros).
Em relação a 2009, o PPE perdeu 62 cadeiras até o momento, e os sociais-democratas, nove, enquanto a terceira legenda, o Alde, perdeu 11 assentos em comparação aos resultados de cinco anos atrás.
Os Verdes perderam dois deputados, os conservadores e reformistas 12 e a esquerda aumentou em oito seu número de representantes.
O partido de liberdade e democracia aumentou sua presença em quatro cadeiras e os não inscritos subiram sete.
Entre os não inscritos está o grande vencedor das eleições na França, a Frente Nacional de Marine le Pen, que aumenta de três para 22 sua representação no plenário de Bruxelas e Estrasburgo.
A UE também amanheceu com a notícia de que os ultradireitistas do NPD, partido que reúne os coletivos neonazistas na Alemanha e que, apesar de estar imerso em um processo que exige sua clandestinização no Tribunal Constitucional após uma denúncia da câmara alta (Bundesrat), conseguiu uma cadeira na Eurocâmara.
No Reino Unido, o Partido da Independência do Reino Unido (Ukip), uma formação populista que reivindica a saída da UE, ganhou as eleições com cerca de 30% dos votos, e na Grécia o partido neonazista Amanhecer Dourado ficou em terceiro lugar.
As forças eurocéticas somarão na futura Eurocâmara no mínimo 100 cadeiras, segundo os resultados provisórios das eleições europeias.
A estreita vitória do PPE obrigará o partido a negociar com outras formações políticas para que seu candidato, o ex-primeiro-ministro luxemburguês, Jean-Claude Juncker, possa presidir a próxima Comissão Europeia.
Os líderes da UE, que se reunirão amanhã para analisar os resultados das eleições, precisarão propor ao Parlamento Europeu o nome do próximo presidente da Comissão Europeia, “levando em conta” o resultado nas urnas, mas será a Eurocâmara que o apoiará ou rejeitará pela maioria dos 751 cadeiras.
O presidente em fim de mandato da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, pediu ontem à noite que os dois grandes partidos sigam liderando a representação na Eurocâmara.
Outra leitura das eleições que acontecem hoje na UE é a legitimidade que terá a nova Eurocâmara pela baixa participação nas eleições (43,09%), embora este número tenha sido semelhante às eleições anteriores. EFE
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