UE aprova realocação de 40 mil solicitantes de asilo entre os países do bloco
Bruxelas, 25 jun (EFE).- Os chefes de Estado e de governo da União Europeia (UE) concordaram nesta quinta-feira em dividir de forma voluntária os 40 mil solicitantes de asilo sírios e eritreus que chegaram a Grécia e Itália desde o abril.
A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, anunciou ao término da reunião o acordo entre os 28 países da organização e confirmou que a realocação dos imigrantes será feita sobre uma “base voluntária” e da qual “querem participar todos os Estados-membros”.
Desta decisão ficam isentos Bulgária e Hungria porque os líderes consideraram que esses países já suportam uma forte pressão migratória, disse o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk.
Os 28 países da UE mantiveram um tenso e intenso debate sobre o estabelecimento de cotas de asilo para a distribuição dos refugiados durante os próximos dois anos e se comprometeram a concretizar o método de realocação no final de julho.
O presidente do Conselho Europeu destacou que a solidariedade europeia deve ser correspondida com as responsabilidades dos países mais pressionados e opinou que “se as regras não forem respeitadas por todos, o (tratado de) Schengen estará em risco”.
Os líderes europeus também se comprometeram a acolher 20 mil refugiados procedentes de países não comunitários também no prazo de dois anos.
O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, disse, por sua vez, que o trabalho agora será ver como se materializa esse mecanismo de distribuição, mas assegurou ter “a sensação que todos estamos de acordo em alocar e acolher um total de 60 mil pessoas”.
“A Comissão Europeia vai fazer o possível para que a proposta que fizemos continue sobre a mesa e, no final de ano, vamos propor um sistema definitivo”, acrescentou.
Tusk e Juncker protagonizaram uma discussão mais áspera durante a reunião pelas questões migratórias devido às suas divergências sobre o caráter voluntário ou obrigatório que deveria ter a medida, segundo fontes europeias.
Ao ser perguntado sobre essa discussão, Juncker respondeu “não acreditem em tudo o que vocês veem no Twitter” e assegurou que o importante é ter finalmente chegado a um acordo sobre os 60 mil refugiados que necessitam de proteção internacional.
O presidente da CE, além disso, se queixou do “método de trabalho” das últimas reuniões realizadas nesta semana para discutir a situação grega e o problema migratório, com negociações intensas que vararam a madrugada.
“Não é um método de trabalho conveniente, sou contra este método de trabalho. Estou cansado, e quando uma pessoa está cansada, não toma boas decisões. Estes horários me incomodam e me impedem de dormir”, disse Juncker, visivelmente incomodado pela evolução de uma reunião que chegou a quase 12 horas de duração, e na qual houve discussões mais tensas entre os países. EFE
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