UE critica Hungria e diz que Europa não se constrói com cercas e muros
Bruxelas, 31 ago (EFE).- A Comissão Europeia destacou nesta segunda-feira que a União Europeia (UE) não deve ser construída levantando cercas e muros, em referência à barreira levantada pela Hungria em sua fronteira para conter a chegada de refugiados e imigrantes.
“Já deixamos claro que as cercas não enviam uma boa mensagem, particularmente aos nossos vizinhos”, explicou a porta-voz comunitária Mina Andreeva na entrevista coletiva diária da Comissão.
O presidente da Comissão Europeia (CE), Jean-Claude Juncker “disse que a Europa não se constrói fazendo cercas e muros, mas levantando pontes”, e lembrou que estas barreiras podem ser superadas, além de “não solucionar os desafios” que a UE enfrenta, recalcou a porta-voz.
“A CE não promove o uso das cercas e encoraja os Estados-membros a utilizarem outros meios baseados na análise de riscos”, disse Andreeva.
No entanto, a porta-voz reconheceu que Bruxelas não pode tomar nenhuma medida legal contra a Hungria, já que a gestão das fronteiras é uma “prerrogativa nacional e de sua responsabilidade”.
A cerca que a Hungria acabou de levantar ainda não conteve a chegada de novos refugiados, mas o país continua construindo uma segunda cerca, mais sólida e de quatro metros de altura, que deve estar concluída em novembro.
As autoridades do país centro-europeu interceptaram mais de 150 mil refugiados neste ano.
O porta-voz comunitário Margaritis Schinas lembrou que a Comissão Europeia está analisando uma série de iniciativas apresentadas em maio na agenda europeia de migração. Juncker dará mais detalhes sobre as iniciativas e o calendário proposto em seu discurso sobre o estado da União no próximo dia 9.
A Comissão deve apresentar uma proposta legal, que deverá receber o sinal verde dos Estados-membros por maioria qualificada para entrar em vigor.
Os porta-vozes não quiseram dar detalhes, mas se ventila a possibilidade de adotar uma lista europeia de países de origem seguros, ou seja, aqueles cujos cidadãos, na prática, não têm direito de pedir asilo.
Alguns países europeus contam com listas deste estilo, mas não existe um registro em nível comunitário.
Neste sentido, Juncker se referiu aos países que têm status de candidatos à adesão à União Europeia, e a chanceler alemã, Angela Merkel, apontou sábado as nações dos Bálcãs ocidentais.. EFE
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