UE e Celac iniciam cúpula com o objetivo de fortalecer a relação
Bruxelas, 10 jun (EFE).- Os líderes da União Europeia (UE) e da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) iniciaram nesta quarta-feira uma cúpula com a expectativa de estreitar laços e ter mais influência em nível global para fazer frente aos desafios comuns.
“Deixem-me dizer o quão contente estou por nos reunirmos hoje aqui para fortalecer os laços de nossa associação duradoura, baseada em valores comuns e no respeito mútuo”, disse o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, na inauguração da cúpula, que será realizada entre hoje e amanhã na capital belga.
O político polonês disse que se alegra ao ver que as diferenças “foram se dissipando” e agora as nações da América Latina e do Caribe e da UE “olham para o futuro”.
“Parte da modernização e da atualização de nossa aliança é assumir responsabilidades conjuntas na promoção de uma ordem multilateral mais justa e baseada em regras”, sustentou Tusk.
O presidente do Conselho Europeu recalcou que a União Europeia não é simplesmente um território, mas um projeto comum em constante evolução, tanto que a Celac também é mais que apenas um grupo de países, porque inclui uma “ambiciosa visão da unidade latino-americana e caribenha”.
Tusk sustentou que ambas as regiões devem “seguir trabalhando na relação promissora”.
“Temos o potencial de seguir mudando as vidas de nossos cidadãos para melhor”, recalcou.
Tusk fez um esforço para falar em espanhol ao citar Gabriel García Márquez. “Não é certo que as pessoas deixem de perseguir seus sonhos porque envelhecem, mais envelhecem quando deixam de perseguir seus sonhos”.
O presidente da Comissão Europeia (CE), Jean-Claude Juncker destacou que a cúpula é uma boa oportunidade para refletir sobre as conquistas e “como têm que ser os laços no futuro”.
“Nossas regiões estão hoje muito interconectadas, talvez as duas do mundo que mais estão. Um total de 23 dos 32 países da Celac têm acordos bilaterais ou sub-regionais com a UE”, lembrou, e os vinte E oito são o segundo parceiro comercial da região, com 212 bilhões de euros em termos de intercâmbios de bens e serviços.
A UE é também o maior investidor na regiaõ, com mais de 500 bilhões de euros, mais que o comércio total com a Índia, Rússia e China, constatou.
Dois terços dos investimentos são transferências tecnológicas.
“Nós, os europeus, desejamos que este fluxo de investimentos tome uma direção diferente. O que queremos é atrair mais investimento dos países da Celac para a Europa”, disse Juncker.
Juncker destacou o desenvolvimento na América Latina e no Caribe, onde na última década mais de 70 milhões de pessoas saíram da pobreza.
Enquanto isso, a UE manteve seu compromisso com a região e para os próximos anos a designação financeira se situará em quase 2,5 bilhões de euros para apoiar programas em áreas da educação, sociedade da informação, meio ambiente e pequenas e médias empresas.
Outros 1 bilhão serão destinados ao Caribe, onde o desafio da mudança climática e desastres naturais é particularmente importante e onde a reconstrução do Haiti após o terremoto de 2010 “merece uma atenção” especial de todos, disse Juncker. EFE
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