UE e EUA aproximam posturas em proteção de dados após crise de espionagem

  • Por Agencia EFE
  • 25/06/2014 12h12

Atenas, 25 jun (EFE).- A União Europeia e os Estados Unidos deram nesta quarta-feira “um passo” rumo à restauração da confiança deteriorada pela crise ocorrida após a espionagem de dados por parte da Agência de Segurança Nacional e prometeram avançar na luta contra o jihadismo, o crime eletrônico e a proteção de dados.

Em reunião ministerial realizada em Atenas, o procurador-geral dos Estados Unidos (EUA), Eric Holder, anunciou que o governo de Washington se comprometeu a desenvolver, em cooperação com o Congresso, uma lei que permita aos europeus gozar nos tribunais americanos do mesmo tratamento que os locais quando seus dados pessoais forem violados.

Embora por enquanto só se trate de uma declaração de boas intenções, pois Holder não pôde precisar na entrevista coletiva posterior ao encontro quanto demorará este processo legislativo, o anúncio foi interpretado positivamente pela UE próximo a um acordo global sobre proteção de dados e cooperação policial e judicial.

“É um passo importante não só para a UE mas também para as relações UE-EUA para poder restaurar a confiança mútua”, disse a diretora geral de Interior da Comissão Europeia, Françoise Le Bail, sem se comunicar com a comissária, Viviane Reding, que finalmente não pôde participar do encontro.

A troca de opiniões foi qualificada também de “frutífera” em temas de grande relevância atual, como a luta contra o jihadismo, a prevenção da radicalização, o combate do crime eletrônico e a proteção de fronteiras, apesar da reunião ter terminado sem resultados concretos.

“Nossas discussões estiveram marcadas pela opinião compartilhada de que em um mundo de crime globalizado e terrorismo, só podemos proteger nossos cidadãos se trabalhamos juntos, o que inclui a troca de informação policial”, disse Holder.

A comissária europeia de Interior, Cecilia Malmström, destacou a necessidade de intercambiar experiências no âmbito da gestão de fronteiras.

Malmström se referiu também aos cinco países (Bulgária, Croácia, Chipre, Romênia e Polônia) excluídos do Programa de isenção de visto que permite aos cidadãos dos países associados a entrada sem visto aos Estados Unidos por um período inferior a 90 dias.

A comissária falou de “identificar os obstáculos” que impedem os estados europeus de fazer parte deste mecanismo, algo que também concordou o ministro grego de Ordem Pública, Vassilis Kikilias, que recalcou a necessidade da inclusão de todos os Estados-membros da UE.

Entre os temas discutidos esteve, além disso, o compromisso de ambas as partes de combater o abuso e a exploração sexual de crianças na internet, que segundo Malmström requer potencializar a “aliança global”, já que se trata de “uma indústria que movimenta muito dinheiro e destroça milhares e milhares de vidas”.

A titular europeia antecipou que em setembro será realizada em Washington uma segunda reunião de acompanhamento dos 58 países que há mais de um ano criaram esta “aliança global”.

Kikilias ressaltou a importância da cooperação entre a UE e EUA para lutar contra as redes de crime organizado que operam no mundo todo e fez insistência nos “esforços extra” que devem ser realizados para combater o ciberterrorismo. EFE

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