UE irá reavaliar relação com Burundi após eleições

  • Por Agencia EFE
  • 23/07/2015 15h58
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Bruxelas, 23 jul (EFE).- A chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Federica Mogherini, afirmou nesta quinta-feira que o bloco comunitário irá reavaliar suas relações com o Burundi para que o país se comprometa a pôr fim à crise e a violência que atravessa, após a realização das eleições presidenciais.

Em comunicado, Federica disse que “na ausência de um diálogo nacional leve a um consenso político”, o Burundi não conseguirá voltar a estabilidade, a democracia e o desenvolvimento.

“A UE começará os trabalhos preparatórios de consultas específicas como está previsto no artigo 96 do Acordo de Cotonou” – que rege as relações entre Bruxelas e o grupo de países ACP (África, Caribe e Pacífico) -, “para que o governo burundinês assuma os compromissos impostos para remediar a crise”, disse.

Ela destacou que o respeito aos direitos humanos, os princípios democráticos e o Estado de direito são “os elementos fundadores da relação de cooperação entre a UE e o Burundi”. Federica pediu ao governo burundinês e aos partidos da oposição que voltem a dialogar para chegar a um consenso sobre o “restabelecimento de um sistema político inclusivo e democrático”.

“A crise humanitária e de segurança no país e preocupa amplamente à UE”, ressaltou chefe da diplomacia, que comemorou o envio de observadores de direitos humanos e analistas militares da União Africana (UA) para supervisionar o desarmamento de grupos paramilitares vinculado a partidos políticos.

Ela afirmou que a UE se prepara para adotar medidas restritivas específicas contra os que impulsionem atos violentos, de repressão ou de violações dos direitos humanos, ou que dificultem a busca de uma solução política.

Os burundineses foram às urnas na terça-feira, um dia no qual, segundo a Anistia Internacional (AI), a polícia utilizou “armas letais, inclusive contra mulheres e crianças”, para silenciar os que se opõem ao presidente do país, Pierre Nkurunziza, prorrogar seu mandato.

Nem a oposição nem as organizações internacionais, como a UA e a Comunidade da África Oriental (EAC), consideravam que o Burundi cumpriu com as condições necessárias de segurança para realizar este pleito, cujos resultados terão pouca legitimidade.

As revoltas populares no país, que começaram no final de abril contra os planos de Nkurunziza de continuar no poder, já custaram a vida de mais de 80 pessoas, e em meados de maio aconteceu uma tentativa de golpe de estado. EFE

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