UE nega que Yanukovich seja autoridade legítima na Ucrânia

  • Por Agencia EFE
  • 27/02/2014 10h44
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Bruxelas, 27 fev (EFE).- A União Europeia (UE) negou nesta quinta-feira que o presidente deposto da Ucrânia Viktor Yanukovich seja a autoridade legítima do país, como defendem as autoridades russas e o próprio líder.

Yanukovich, em paradeiro desconhecido desde sua queda no último sábado, emitiu hoje um comunicado – divulgado a partir da Rússia – em que dizia ser o chefe de Estado legítimo de seu país. No mesmo comunicado, o presidente deposto também pedia garantias de segurança às autoridades russas, um pedido que já teria sido atendido.

“O Parlamento ucraniano, que é a autoridade legítima para nós na Ucrânia, tomou uma decisão com uma maioria muito ampla há poucos dias e o presidente que foi designado é para nós o presidente da Ucrânia”, afirmou o porta-voz comunitário Olivier Bailly durante a entrevista coletiva diária da Comissão Europeia (CE).

No último dia 22 de fevereiro, com respaldo de 285 dos 339 deputados presentes na sala, a Rada Suprema (Parlamento ucraniano) aprovou a nomeação de Alexandr Turchinov, mão direita da ex-primeira-ministra Yulia Tymoshenko, como presidente do país interino e encarregado de formar um novo governo.

O presidente interino anunciou na última terça-feira que, após as consultas para decidir quem lideraria o novo Executivo, a Rada Suprema votaria finalmente o novo governo de união nacional nesta quinta-feira.

“Quando o governo for investido pela Rada, que ocorrerá muito em breve, a UE reagirá rápido e veremos quais são as opções”, assinalou o porta-voz comunitário, que insistiu que as decisões da Rada “são legítimas” e, por isso, devem ser respeitadas.

Pouco tempo depois das declarações do porta-voz comunitário Olivier Bailly, a Rada Suprema aprovou por uma maioria arrasadora a candidatura de Arseni Yatseniuk ao cargo de primeiro-ministro do governo de União Nacional na Ucrânia, que se encarregará de dirigir este país até as eleições presidenciais do dia 25 de maio.

O bloco comunitário, por sua vez, ressaltou que estaria disposto a apoiar a Ucrânia, tanto “econômica como politicamente” a curto e médio prazo, assim como na finalização do acordo de associação que já havia sido pactuado em novembro.

“Estamos prontos para terminá-lo uma vez haja um governo legítimo”, sustentou Bailly, em referência à próxima nomeação do governo de unidade, que acrescentou que sua posição “não mudou desde novembro”.

“A prioridade é ter uma situação política estável”, assegurou o porta-voz ao lembrar que a UE defende um diálogo inclusivo entre todos os atores políticos do país. EFE

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