UE oferece apoio unânime a pedido francês de ajuda em defesa

  • Por EFE
  • 17/11/2015 10h54
EFE/Olivier Hoslet Ministra da defesa alemã Ursula Von der Leyen conversa com homólogo francês Jean Yves le Drian (dir.)

Os 28 Estados-membros da União Europeia (UE) apoiaram de forma “unânime” nesta terça-feira o pedido da França de ativar a cláusula comunitária para a defesa coletiva, invocada no Conselho de ministros da Defesa do blobo após os atentados em Paris.

“Hoje a França pede a ajuda e a assistência de toda a Europa, e a Europa inteira, unida, responde sim”, declarou em entrevista coletiva durante a realização do Conselho a chefe da diplomacia da UE, Federica Mogherini.

De acordo com o ministro de Defesa francês, Jean-Yves Le Drian, “cada país disse que vai ajudar e apoiar, cada um contribuirá de uma maneira ou de outra”.

Le Drian recorreu nesta terça-feira ao artigo 42.7 dos tratados comunitários, que implica que quando um Estado-membro é “vítima de uma agressão em seu território”, os demais “deverão ajudar e prestar assistência com todos os meios a seu alcance”, de acordo com o artigo 51 da Carta das Nações Unidas.

Esta é a primeira vez que o artigo é utilizado. A medida não requer mais decisões e nem formalidades por parte do Conselho, assim como não significa o início de uma missão ou operação em meio à Política de Segurança e Defesa Comum da UE, explicou Mogherini.

“Hoje a UE, através de todos os ministros da Defesa de todos os Estados-membros, expressa de maneira unânime seu total apoio e disposição a conceder toda a ajuda e assistência requerida e necessária”, disse Mogherini, que informou que “muitos Estados-membros já anunciaram ofertas de ajuda em assistência material ou apoio em outras maneiras”.

A alta representante comunitária afirmou que a França “estará em contato com os Estados-membros nas próximas horas e dias para especificar o apoio necessário”, e que a UE “garantirá a maior eficácia na resposta comum”.

Fontes da UE especificaram que os Estados-membros deverão avaliar bilateralmente com a França a ajuda que podem fornecer, enquanto o papel da UE se limitaria a uma coordenação.

Le Drian, que disse ter sentido “muita emoção” e empatia de seus colegas nesta terça-feira, afirmou que a invocação da cláusula de defesa mútua “recebeu um apoio unânime, o que é um ato político de grande envergadura”.

“Isso nos permitirá nas próximas horas ter a ajuda bilateral necessária e a coordenação indispensável para traduzir em atos o compromisso da totalidade do Conselho”, comentou.

O ministro francês assinalou que essa ajuda pode se concretizar em uma “parceria de capacidades nas intervenções francesas na Síria e no Iraque, além de um alívio ou apoio à França em outras operações”.

“Mostrei aos meus colegas que a França não pode fazer tudo”, disse, em referência à presença militar francesa nos conflitos na região africana do Sahel, na República Centro-Africana e no Líbano, além da resposta ao Estado Islâmico.

Le Drian opinou que o apoio dos Estados-membros à França “será muito rápido”. Mogherini enfatizou que a Europa “está unida” e pediu que “a comunidade internacional e os vizinhos do mundo árabe mostrem a mesma unidade e determinação”.

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