UE quer iniciar diálogo sobre Brexit assim que possível, diz Merkel
Os países-membros da União Europeia querem iniciar negociações sobre o rompimento do Reino Unido com o bloco o mais breve possível, afirmou, nesta quarta-feira (28), a chanceler da Alemanha, Angela Merkel. Na semana passada, a maioria do eleitorado britânico votou pela saída do Reino Unido da UE, num processo que ficou conhecido como “Brexit”.
A estadista germânica falou após dois dias de reunião da cúpula de estadistas europeus, em Bruxelas, comentando também que a Alemanha precisará impulsionar a eficiência e competitividade de sua economia para compensar a perda do Reino Unido como parceiro comercial no bloco.
O governo alemão ainda não estimou o custo econômico do Brexit, mas Merkel ressaltou que “obviamente, para as relações comerciais”, trata-se de “uma situação difícil”.
“Quanto mais cedo houver clareza, menos incerteza haverá e, então, poderemos fazer previsões”, referiu a chefe de Estado, complementando, “temos interesse de que haja ainda mais competitividade e eficiência” na economia alemã para “compensar o que perdemos”.
A fala da líder da maior economia do continente veio um dia depois do parlamento europeu se reunir com o primeiro-ministro britânico, David Cameron, para discutir a logistica e o impacto do Brexit.
Ao ser perguntada sobre o pedido do governo italiano de se conceder mais flexibilidade para as regras financeiras do bloco depois do desligamento de Londres, Merkel reiterou rejeitar essa hipótese.
“O Pacto de Estabilidade e Crescimento já tem flexibilidade suficiente”, afirmou a chanceler, referindo-se às normas de Bruxelas para as finanças dos países integrantes.
A líder disse ainda que a UE vai voltar seus esforços de integração para a área de investimentos, citando, como exemplo, a fabricação de microprocessadores.
Sobre a renegociação das relações diplomaticas com a Grã-Bretanha para o país ser parceiro comercial fora do grupo dos 27, Merkel disse que o acesso ao mercado não poderá ser concedido sem a livre circulação de pessoas.
“A Grã-Bretanha precisa apresentar suas intenções de como gostaria de moldar” sua relação conosco (UE), notou, pontuando, em seguida, que a União Europeia “gostaria de destacar que o acesso ao mercado único só pode ser concedido com a observação dos quatro pontos de liberdade”.
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