UE realizará segunda-feira reunião extraordinária sobre a Ucrânia

  • Por Agencia EFE
  • 01/03/2014 20h23
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Bruxelas, 1 mar (EFE).- Os ministros das Relações Exteriores da União Europeia (UE) realizarão nesta segunda-feira uma reunião extraordinária para abordar a situação na Ucrânia após o aumento da tensão na península da Crimeia, informou o Serviço de Ação Exterior da União Europeia (EEAS).

“Uma reunião extraordinária do Conselho de Relações Exteriores será realizada na segunda-feira para discutir a resposta da UE a estes fatos”, dizia o comunicado da chefe da diplomacia da UE, Catherine Ashton, que convocou os ministros às 9h (horário de Brasília) na sede do Conselho da UE em Bruxelas.

Ela explicou que se reunirá com o ministro das Relações Exteriores russo, Sergey Lavrov, sem informar se a reunião será a que já estava prevista entre ambos para quinta-feira em Roma.

Catherine não se deslocará, portanto, a Kiev na segunda-feira como tinha previsto para se reunir com as autoridades ucranianas. Ela permanecerá em Bruxelas para participar do conselho extraordinário, e partirá para Ucrânia na quarta-feira, segundo explicou.

“Lamento a decisão de hoje por parte da Rússia de usar as Forças Armadas na Ucrânia. Trata-se de uma escalada injustificada das tensões”, continuou Catherine.

“Faço uma chamada à Federação da Rússia para que não envie tropas, mas para defender seus pontos de vista através de meios pacíficos”, acrescentou.

A responsável europeia lembrou que qualquer movimento de forças deve respeitar a lei e os compromissos internacionais, em particular a Carta das Nações Unidas e o Ata Final da OSCE, o Memorando de Budapeste de 1994, assim como os tratados bilaterais como o que regula o estacionamento da frota russa do Mar Negro no porto de Sebastopol, na Crimeia.

Catherine pediu a todas as partes envolvidas “que reduzam as tensões imediatamente através do diálogo, com pleno respeito da legislação ucraniana e internacional”, enquanto pedia também respeito para “a unidade, a soberania e a integridade territorial da Ucrânia”.

“Qualquer violação destes princípios é inaceitável. Mais do que nunca, é necessário moderação e sentido de responsabilidade”, destacou a chefe da diplomacia europeia.

Neste contexto, Catherine avaliou a resposta comedida do governo em transição da Ucrânia frente aos “preocupantes eventos” na Crimeia, uma república autônoma ucraniana onde a maioria da população é de origem russa.

A convocação da reunião da UE acontece depois que o Senado da Rússia autorizou hoje o emprego de tropas russas para estabilizar a situação na Crimeia.

Em paralelo, a Otan mantém nesse momento consultas informais sobre a possibilidade de convocar uma reunião de urgência amanhã ou na segunda-feira, adiantaram à Agência Efe fontes da organização.

“A Rússia deve respeitar a soberania da Ucrânia, sua integridade territorial e suas fronteiras, incluindo os movimentos das forças russas na Ucrânia”, destacou o secretário-geral da Aliança, Anders Fogh Rasmussen, em sua conta oficial de Twitter.

O ministro das Relações Exteriores da Bélgica, Didier Reynders, pediu calma e que a Rússia respeite às normas internacionais, informa a agência Belga.

Segundo Reynders, a reunião da segunda-feira permitirá fixar uma “posição comum europeia” após os últimos eventos na crise ucraniana.

O líder dos liberais no Parlamento Europeu e ex-primeiro-ministro belga, Guy Verhofstadt, lamentou a decisão da Rússia de enviar soldados a Crimeia, e assegurou que se trata de uma infração de vários compromissos internacionais.

“Em vez de se comprometer com a comunidade internacional e as autoridades ucranianas, a Rússia escolheu invadir um país soberano”, afirmou.

Por isso, pediu a Moscou para recuar e permitir que se realizem na Ucrânia eleições livres e justas e que se encontre uma solução para sua “desesperada situação financeira”.

O Senado russo deu “sinal verde” por unanimidade ao emprego de tropas na república autônoma ucraniana, uma decisão que entrará em vigor de forma imediata, em resposta a um pedido do chefe de Estado russo, Vladimir Putin.

O Conselho de Segurança da ONU realiza novas consultas sobre a crise na Ucrânia hoje, a pedido do Reino Unido, depois que o enviado do secretário-geral da ONU para a Ucrânia, Robert Serry, anunciou que não viajará para Crimeia para tentar mediar na crise da região. EFE

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