UE respalda que países enviem armas individualmente aos curdos no Iraque
Bruxelas, 15 ago (EFE).- A União Europeia (UE) decidiu nesta sexta-feira respaldar o envio de armas por seus países membros, por decisão individual, às forças curdas do norte do Iraque que lutam contra os jihadistas do Estado Islâmico (EI), informou o ministro de Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier.
Steinmeier explicou que houve um “longo debate” sobre esta questão e que houve opiniões diferentes entre os Estados-membros, devido em alguns casos a “situações constitucionais” e em outros a “problemas de capacidade”.
As conclusões alcançadas hoje indicam que o envio de material militar “será realizado segundo a capacidade e leis nacionais dos Estados-membros e com o consentimento das autoridades iraquianas”.
O ministro disse que o que significará na prática o envio de armas aos curdos “é às vezes menos claro do que as declarações públicas de governos individuais dão a entender”, ao não existir ainda “uma análise clara de que tipo de material é necessário e pode ser utilizado na região do Curdistão”.
As forças curdas no norte do Iraque, disse Steinmeier, dispõem de equipamento militar “do tempo do bloco oriental”, ou seja, do que dominava a extinta União Soviética.
O material militar que alguns países ocidentais pretendem enviar talvez “não possa ser utilizado rapidamente”, ao não dispor de munição, disse o ministro alemão, mas outros acreditam que já existe munição antiga do bloco do Leste.
Por isso, sustentou, se os países individualmente decidirem fornecer aos curdos armas ou outro tipo de material militar, se estudará nos membros da UE antigos membros do bloco do leste, sobretudo no que se refere a “completar as reservas de munição”.
O ministro alemão, que viajará este fim de semana ao Iraque, não quis revelar se seu país fornecerá material militar às forças curdas, mas admitiu que, após sua viagem ao país árabe, se “verá um pouco mais claramente em que pode consistir o apoio alemão”.
Steinmeier reiterou que Berlim irá até os “limites legais e políticos possíveis” na ajuda que fornecerá.
“Há uma situação de desequilíbrio, porque o EI dispõe de armas avançadas tecnologicamente” e talvez não seja possível armar tão rapidamente os curdos, acostumados a outro material, com a mesma capacidade.
A UE avaliará além disso como evitar que o EI continue se beneficiando das vendas de petróleo, segundo as conclusões.
De acordo com o ministro alemão, a comunidade internacional tem que se preparar para ajudar a longo prazo os deslocados pela violência do EI com refúgios, infraestruturas e material médico.
A UE ressaltou a necessidade de tomar medidas urgentes para facilitar, de conformidade com o direito internacional humanitário, o acesso às povoações necessitadas e respaldou as ações de Washington para apoiar as autoridades nacionais e locais iraquianas em sua luta contra o EI, em referência aos bombardeios seletivos no norte do Iraque. EFE
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