Uigures exilados pedem à China que não os “demonize” após atentado de Kunming

  • Por Agencia EFE
  • 04/03/2014 11h43
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Washington/Pequim, 4 mar (EFE).- O Congresso Mundial Uigur (WUC), que reúne no exílio membros uigures, minoria étnica de religião muçulmana que habita o oeste da China, pediu nesta terça-feira a Pequim que não os “demonize” após o atentado do sábado em Kunming, no qual morreram 29 civis e quatro criminosos.

“Condenamos inequivocamente a violência em Kunming e expressamos nossas condolências às vítimas e a suas famílias. Pedimos calma a todas as partes, e solicitamos ao governo chinês que garanta que os uigures não serão objeto de represálias”, disse o WUC em comunicado divulgado hoje em Washington.

“Neste momento de tensões intensas, é importante que o governo chinês aborde o incidente racionalmente e não demonize os uigures como inimigos do Estado”, pediu o WUC.

“O governo chinês e a imprensa do Estado têm a responsabilidade de não acender as emoções dos cidadãos chineses e fazer os uigures que vivem na China vulneráveis a receber represálias”, concluiu o grupo no exílio.

Em Pequim, o governo chinês afirmou hoje que a presidente do WUC, Rebiya Kadeer, vincula o ataque a sua “agenda política”.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Qin Gang, afirmou que os membros do Congresso “não podem representar todo o coletivo, ao ser uma organização anti-China e separatista”.

“Os comentários afirmam que obviamente se quer relacionar o ataque violento com um determinado grupo étnico, e isto mostra um motivo político por trás”, explicou Qin.

O governo chinês não acusou explicitamente os uigures de realizar o ataque, mas definiu aos agressores como “extremistas de Xinjiang”, a região noroeste da China onde vive esta minoria étnica de religião muçulmana.

No entanto, o presidente da China, Xi Jinping, pediu hoje que se exerça uma “firme oposição para qualquer palavra ou ação que danifique a unidade étnica do país”.

“Construiremos uma muralha de bronze e ferro para a unidade étnica e a estabilidade social”, disse Xi durante discurso em um painel de discussão de grupos minoritários étnicos por ocasião da Conferência Consultiva Popular dos Povos (reunião dos assessores políticos chineses), que começou ontem, informou a agência de notícias oficial do governo “Xinhua”.

Nos últimos dois anos, centenas de pessoas morreram em enfrentamentos entre os supostos separatistas e forças de segurança em Xinjiang, e em 28 de outubro de 2013 um ataque relacionado com estes grupos deixou cinco mortos e 40 feridos junto ao retrato de Mao Tsé-Tung na Praça da Paz Celestial. EFE

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