Última proposta grega está mais próxima das posições de seus credores
Atenas, 26 jun (EFE).- A última proposta apresentada na noite de quinta-feira pela Grécia a seus sócios nas negociações em Bruxelas se aproximou um pouco mais das posições das instituições em questões como o imposto sobre o consumo e a taxa sobre o rendimento das sociedades, mas mantém diferenças em relação à previdência e aos gastos com defesa.
O documento, vazado nesta sexta-feira pelo site informativo grego “in.gr”, foi apresentado ontem aos credores pouco antes da reunião do Eurogrupo, o que não permitiu que os ministros das Finanças da zona do euro tivessem tempo para analisá-lo.
Sobre a reforma do imposto sobre o consumo, o novo texto grego propõe receitas adicionais de 0,93% do Produto Interno Bruto (PIB), perto do 1% exigido pelos credores, enquanto no documento anterior o governo de Atenas tinha oferecido 0,74%.
No entanto, a Grécia mantém diferenças em relação aos impostos que deverão ser aplicados a certos produtos e serviços.
Assim, por exemplo, o governo grego insiste que os hotéis devem estar sujeitos a uma tarifa reduzida de 13%, enquanto as instituições credoras (Comissão Europeia, Banco Central Europeu, Fundo Monetário Internacional) exigem uma taxa de 23%.
Além disso, a Grécia mantém sua reivindicação de garantir uma tarifa especial reduzida nas ilhas com economias frágeis, algo que os sócios querem abolir.
Na nova proposta, o governo grego aceitou as posições das instituições sobre o aumento do imposto sobre o rendimento das sociedades, que atualmente está em 26%, e, ao invés dos 29% pretendidos anteriormente, o reduz para os 28% que pedem os sócios.
Sobre a economia no sistema previdenciário, ambas as partes tinham aproximado suas posições quanto às metas, mas a Grécia traz pequenas modificações em suas posições a respeito do calendário de eliminação da aposentadoria antecipada.
A diferença fundamental está no momento em que deverá ser iniciada a aplicação da eliminação escalonada das pré-aposentadorias.
Enquanto os credores exigem que a mesma seja feita a partir do próximo mês, sem levar em conta os direitos adquiridos, a Grécia considera que isto não é factível e propõe uma margem de alguns meses.
Em sua proposta anterior, a Grécia queria que o dia 1º de janeiro de 2016 fosse a data de início. Agora, estipula o dia 1º de outubro deste ano. O objetivo final de ambas as partes é eliminar completamente a aposentadoria antecipada até o ano de 2022.
A Grécia também mantém sua proposta de substituir gradualmente, até dezembro de 2018, os auxílios sociais aos aposentados de baixa renda por outra fórmula, enquanto os credores exigem sua abolição total, mas dão uma margem de mais um ano, ou seja, 2019.
Já sobre o aumento das contribuições aos seguros de doença dos aposentados, a Grécia mantém seu objetivo de elevá-las em um ponto percentual, de 4% para 5%, enquanto as instituições credoras pedem 6%.
Nos gastos com defesa, a proposta grega insiste em reduzi-los em 200 milhões de euros e não em 400 milhões como querem as instituições. EFE
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