Um mês após rompimento de barragens, prefeito de Mariana destaca “sentimento de incerteza”

  • Por Jovem Pan
  • 05/12/2015 14h31
Barra Longa EFE Veja mais imagens da destruição causada por rompimento de barragem em Minas

Um mês após o rompimento da barragem de rejeitos de Fundão, em Mariana (MG), as causas e os impactos do derramamento de pelo menos 34 milhões de metros cúbicos de lama no meio ambiente, segundo o Ibama, ainda estão sendo levantadas.

Em entrevista exclusiva à Jovem Pan, o prefeito de Mariana, Duarte Junior (PPS), afirmou que o sentimento ainda é de muita incerteza. “As pessoas ainda estão bastante abaladas pelo que aconteceu”, disse.

A onda de lama, formada após o desastre em 5 de novembro, destruiu vilarejos da cidade histórica de Mariana e só no distrito de Bento Rodrigues deixou mais de 600 desabrigados. De acordo com o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, já foram confirmadas 12 mortes, três corpos aguardam identificação e sete pessoas ainda estão desaparecidas na região.

As cerca de 200 famílias que tiveram as casas destruídas pela lama de rejeitos foram acomodadas pela mineradora Samarco, responsável pela tragédia, em hotéis e casas provisórias. “Tivemos uma reunião com a empresa. O presidnete da Samarco garantiu que vai fazer novas vilas”, explicou o prefeito.

Cidade dependente da mineração

Duarte Junior afirmou que, em sua ida à COP-21, foi verificar cidades que dependiam da mineração e hoje não dependem mais. “Queremos uma parceria com o governo do Estado para longo prazo. Está na hora de dar um primeiro passo, que já foi dado, para deixar de ser tão dependente da mineração”, disse.

Ele destacou ainda que faria um pedido específico para verificar a possibilidade de Mariana, em Minas Gerais, ser um patrimônio mundial. “Vamos fazer um pedido para a cidade ser um memorial. Para que a gente não esqueça e sirva de referência para todas as cidades que dependem do minério de ferro. Vamos fazer um pedido específico para que lá não se faça uma barragem de rejeito de minério, que se faça um memorial. Como perdemos muitos amigos, queremos fazer um local de oração, para manter vivo e não esquecermos disso nunca”, finalizou.

Samarco descumpre prazos

A mineradora pediu mais prazo à Justiça para entregar planos de contingência de outras duas estruturas da empresa na cidade, que apresentam riscos de rompimento, as barragens de Germano e de Santarém.

A exigência do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) era que a empresa entregasse os planos de emergência para o caso de rompimento dessas barragens até a sexta-feira (4). A Samarco, empresa controlada pela brasileira Vale e a australiana BHP Biliton, deve pagar R$ 1 milhão por cada dia de atraso na apresentação do documento.

*Com informações de Agência Brasil

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