“Um Olhar Para o Futuro”: Os desafios da indústria com o Governo Temer
A Jovem Pan apresenta um especial sobre o atual momento da indústria brasileira e os desafios do setor nos próximos e decisivos meses.
O Governo de Michel Temer – provisório ou definitivo – precisa mostrar resultados e reverter a crise que insiste em não abandonar a área.
Com sonoplastia de Reginaldo Lopes e reportagem de Victor LaRegina, acompanhe abaixo o primeiro episódio da série “Um Olhar Para o Futuro”.
“Está autorizada a instauração de processo contra a senhora presidente da República por crime de responsabilidade”, dizia Eduardo Cunha em abril deste ano.
Um processo que atraiu os olhares do mundo para o Brasil.
Na Espanha:
No Japão:
No Reino Unido:
O afastamento da presidente Dilma Rousseff do cargo representou, para muitos, a esperança de dias melhores na economia.
“É com base no diálogo, nós adotaremos políticas adequadas para incentivar a indústria, o comércio, os serviços e os trabalhadores. O cidadão, entretanto, só terá emprego se a indústria, o comércio e as atividades de serviços estiverem todas caminhando bem”, disse Temer em discurso. Confira abaixo:
O Governo Temer começou com a pressão de, no curto prazo, propiciar meios que permitam à indústria retomar seu crescimento. “Se nesses 90 dias essa demonstração não for dada e as expectativas não forem minimamente confirmadas, pode haver um recrudescimento das situação econômica, que ninguém deseja”, disse Pastoriza. Confira abaixo:
O discurso de Carlos Pastoriza, presidente da Abimaq, a Associação Brasileira de Indústria de Máquinas e Equipamentos, representa o ideal de um setor que quer voltar a crescer.
Ano após ano, o Brasil vem perdendo competitividade porque se transformou em um país caro demais. A tributação é muito alta, bem como os custos da energia, da logística, dos encargos com trabalhadores e investimento.
Fomos até o Amazonas para compreendermos melhor esse problema.
Em 2015, o Polo Industrial de Manaus, a antiga Zona Franca, registrou uma queda de 30% na produção por causa da crise econômica.
Os números dos primeiros meses deste ano mostram que 2016 também será ruim.
Situação complicada para as fábricas, situação igualmente complicada para o trabalhador: “está tendo um monte de desemprego em Manaus. No começo é complicado porque a gente pensa muito nos filhos. A gente vê muita coisa no jornal acontecendo”.
O relato de Daiana Lobato reflete o drama de milhões de trabalhadores da indústria. Nos últimos anos, um sem número de fábricas, de todos os portes, fecharam as portas, colocando na rua milhares de profissionais.
O professor da USP, Hélio Zylberstajn, um dos maiores especialistas do país em mercado de trabalho, reforça a gravidade da situação. “O que está acontecendo com o emprego na indústria é uma tragédia. São os empregos de maior qualificação e melhor salário”.
As demissões são o lado mais cruel da crise. Crise que se comprova em números: em 2015, o PIB do Brasil encolheu 3,8%. Na indústria, o tombo foi ainda mais duro – queda superior a 6%.
O economista do IBGE, André Macedo, responsável por medir o crescimento do setor, aponta quem mais perdeu nessa história. “Claramente os setores mais afetados são aqueles diretamente ligados à investimentos, onde bens de capital mostram perdas importantes e na parte relativa aos bens de consumo duráveis”.
Diante dos dados, Humberto Barbato, presidente da entidade que reúne os fabricantes de eletro-eletrônicos, é categórico: “a indústria pagou o preço por essa política cambial bastante irresponsável que foi feito nos anos, principalmente, do Governo Lula e no primeiro Governo Dilma. Isso foi fatal”.
Os erros na condução da economia nas gestões petistas são conhecidos e repetidos por empresários e analistas.
No galpão das Escovas Fidalga, fincado há 80 anos na zona norte de São Paulo, esses erros vêm tendo consequências desastrosas.
“Você para com investimentos, para com projetos novos. Depois, passou a primeira etapa, você passa para a redução de mão de obra”. Manolo Canosa comanda a fábrica há décadas.
Desde um trágico incêndio, em 1982, nunca viveu um momento como esse. Sofrendo com a concorrência desleal da China, foi obrigado a reduzir a produção e cortar de forma drástica o número de funcionários. “E agora se você não vê uma solução a curto ou médio prazo, o único caminho que você tem é encerrar as atividades”.
As Escovas Fidalga enfrentam bravamente a crise. Não vão fechar as portas e projetam crescimento de novo em um prazo de 2 anos.
Mas, infelizmente, casos como o de Manolo Canosa são cada vez mais difíceis de encontrar. Micro, pequenas, médias e até gigantes da indústria tiveram de encerrar suas atividades.
Um retrato do descaso sofrido nos últimos anos pelo setor. E uma explicação de como chegamos até aqui.
Em meio aos números cada vez piores do setor industrial, o desempenho de um Estado brasileiro surpreende especialistas e mostra quais rumos o país e a nova gestão podem seguir para superar as adversidades. No próximo e último capítulo da série “Um Olhar para o Futuro”.
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