“Um ponto que eu acho fundamental é a falta de planejamento familiar das classes mais pobres”
Drauzio Varella, 71 anos, é médico oncologista pela USP, cientista e escritor brasileiro. Também fundou o Curso Objetivo, onde lecionou Química. Por 20 anos, dirigiu o serviço de Imunologia do Hospital do Câncer (SP). Em 1986, Drauzio criou na Jovem Pan uma série de campanhas sobre a prevenção à AIDS. Três anos depois, começou uma pesquisa sobre a incidência do vírus HIV entre a população carcerária do Carandiru, onde trabalhou como médico voluntário até o fechamento, em 2002. Publicou 13 livros, entre os quais o best-seller Estação Carandiru e o infantil Nas Ruas do Brás, que fala sobre o bairro de São Paulo onde cresceu.
O que fazer por um Brasil Melhor?
“São tantas coisas que eu teria muita dificuldade de enumerá-las”, avalia o Dr. Drazio. Ele destaca, entretanto, “falta de planejamento familiar das classes mais pobres do Brasil”.
“A natalidade brasileira vem caindo, mas esse número engana, porque é distribuído de forma desigual”, diz Drauzio. Enquanto uma mulher de nível universitário tem a média de 1,4 filhos – sendo que a tendência é diminuir – a mulher analfabeta no Brasil ainda tem de quatro a cinco filhos.
“Você cria um problema muito difícil para resolver depois”, afirma Varella. São cerca de 3 milhões de brasileiras que têm em média cinco filhos e pertencem ao estrato mais pobre da população. Ou seja, “15 milhões de pessoas, e nós temos que encontrar um jeito de ajudá-las a crescer”, desafia o doutor.
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