Unasul considera eleição na Venezuela fundamental para encerrar crise

  • Por Agencia EFE
  • 06/03/2015 17h51

Caracas, 6 mar (EFE).- O secretário-geral da União Sul-Americana de Nações (Unasul), Ernesto Samper, disse nesta sexta-feira considerar fundamental a realização de eleições parlamentares, previstas para este ano na Venezuela, por serem o melhor cenário para enfrentar as dificuldades e acabar com as controvérsias.

“Para a Unasul é fundamental que aconteça com um final feliz a realização das próximas eleições na Venezuela”, disse Samper em uma declaração oficial após um encontro em Caracas com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro.

“Achamos que esse é o melhor cenário para que as dificuldades sejam enfrentadas, para que as diferenças políticas sejam confrontadas, para que acabem as controvérsias”, disse o secretário do bloco sul-americano, se referindo às eleições parlamentares previstas para o segundo semestre de 2015.

O secretário de Unasul chegou em Caracas junto com uma delegação integrada pelos chanceleres do Brasil, Mauro Vieira; da Colômbia, María Ángela Holguín; e do Equador, Ricardo Patiño, para promover a aproximação dos atores sociais e políticos da Venezuela.

Maduro denunciou mês passado que tinha desmontado um plano de golpe no qual, acusou, estavam envolvidos militares e alguns opositores venezuelanos, entre os quais incluiu o prefeito metropolitano de Caracas, Antonio Ledezma, preso desde 18 de fevereiro, e acusou os Estados Unidos de articularem esse golpe, o que foi negado pelo governo americano.

Samper disse ter recebido com “preocupação” a informação apresentada pelo presidente venezuelano sobre as tentativas de desestabilizar a democracia do país.

“Diante destas evidências queremos declarar de maneira enfática que todos os Estados da Unasul, sem exceções, rejeitam e rejeitarão qualquer tentativa de desestabilização da democracia”, ressaltou.

O secretário da Unasul fez um pedido à oposição da Venezuela, com quem espera se reunir esta tarde, para que “exerça através do processo democrático seu legítimo direito à dissidência”.

Durante esta visita ao país, a delegação da Unasul anunciou que se reunirá ainda hoje com as autoridades eleitorais da Venezuela para “escutar suas opiniões sobre o processo eleitoral e as disposições que estão sendo tomadas”.

Também terão reuniões com as autoridades do Supremo Tribunal de Justiça e do Ministério Público venezuelano, disse Samper, sem dar mais detalhes dos encontros.

Há quase um ano uma delegação da Unasul, então integrada pelo chanceler brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo, junto de Holguín e Patiño, visitou Caracas para participar das mesas de diálogo entre o governo e a oposição, convocadas por causa da onda de protestos antigovernamentais, que deixaram um saldo de 43 mortos.

Um mês após o início dos encontros, o diálogo político foi congelado pela oposição à espera de “gestos” que materializassem o estipulado nas conversas.

A Unasul é um organismo internacional formado por Brasil, Argentina, Bolívia, Colômbia, Chile, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela. EFE

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