Unasul não tomou posição em litígio entre Chile e Bolívia, diz secretário

  • Por Agencia EFE
  • 21/07/2015 11h48
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Santiago do Chile, 21 jul (EFE).- O secretário-geral da União de Nações Sul-americanas (Unasul), Ernesto Samper, afirmou nesta terça-feira em Santiago que o órgão “não tomou posição” na reivindicação marítima da Bolívia ao Chile.

“A Unasul não tomou posição a favor nem contra”, assinalou o também ex-presidente da Colômbia em declarações ao site do jornal chileno “La Tercera”.

“A Unasul é a favor das saídas pacíficas, democráticas e acertadas. Esperamos que esta não seja a exceção”, acrescentou Samper, em referência à reivindicação que a Bolívia apresentou em 2013 na Corte de Haia pedindo que o tribunal obrigue o Chile a negociar para dar acesso soberano ao Pacífico, perdido em uma guerra do século XIX.

O Chile se recusa a aceitar o pedido por considerar que as fronteiras com a Bolívia foram fixadas definitivamente em um tratado assinado em 1904 e, baseado nisso, pediu que a Corte de Haia declare não ter competência para resolver a reivindicação boliviana.

“Sobre o tema das diferenças entre irmãos eu não opino”, disse Samper ao ser perguntado se a Bolívia fechou a porta para o diálogo com o Chile com ao apresentar a ação e considerou “invocações de caráter geral” as palavras do papa Francisco, que opinou que o pedido marítimo boliviano não é injusto.

“São invocações de caráter geral, o papa não se intrometeu. O que o papa faz são convites e é preciso tomá-las assim”, argumentou o secretário-geral de Unasul, que garantiu não ter discutido o assunto com a presidente Michelle Bachelet nem com o chanceler chileno Heraldo Muñoz, com que se reuniu na segunda-feira.

“Não, esses são temas que não se abordam nestes cenários a menos que as partes que estão envolvidas solicitem”, explicou Samper, que escreveu em sua conta no Twitter que conversou com Bachelet sobre mecanismos de resposta a desastres naturais.

Em seu primeiro dia em Santiago, Samper se reuniu também com a secretária executiva da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), Alicia Bárcena, com alguns ministros e líderes parlamentares chilenos, mas o conteúdo desses encontros não foi divulgado.

Para ele, as diferenças como as que hoje separam Chile e Bolívia não são novas na região e o importante é serem resolvidas de maneira pacífica.

“São diferenças. Não é a primeira vez que se apresentam entre dois países da região e certamente também não será a última. O importante não é haver diferenças, mas que elas sejam solucionadas por vias democráticas e pacíficas, que é o que esperamos que aconteça neste e em outros casos”, defendeu.

Hoje Ernesto Samper tem uma conferência sobre integração sul-americana na Academia Diplomática do Chile e reuniões com o diretor do Escritório Nacional de Emergência (Onemi) e outras autoridades. EFE

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