Unesco adverte contra “privatização da censura” na internet em relatório

  • Por Agencia EFE
  • 25/03/2014 16h03

Copenhague, 25 mar (EFE).- A Unesco demonstrou sua preocupação nesta terça-feira com “a privatização da censura” na internet, em referência ao crescente controle de conteúdos por parte de intermediários, como os sites de busca e as redes sociais.

A atuação destes intermediários põe em risco a transparência da livre circulação da informação, advertiu a Unesco no relatório “Tendências Mundiais da Liberdade de Expressão e do Desenvolvimento da Mídia”, divulgado hoje em Estocolmo.

O relatório também constata que os avanços alcançados em matéria de liberdade de imprensa estão retrocedendo “em regiões que passaram por transições políticas e nas quais as leis de liberdade de imprensa nem sempre são aplicadas de maneira eficaz”.

No entanto, apesar destes fatores e do predomínio econômico de um grupo de empresas nos meios de comunicação, a Unesco ressaltou que o aumento do número de fontes e de plataformas informativas repercutiu positivamente no pluralismo.

A aparição de novos modelos de gestão também supôs o surgimento de “organismos jornalísticos independentes”, segundo o estudo.

“É preciso que atuemos no terreno para reforçar os marcos legislativos nacionais, para formar e capacitar os jornalistas e impulsionar o conhecimento dos meios de comunicação”, assinalou em comunicado a diretora geral da Unesco, Irina Bokova.

A adoção do Plano de ação das Nações Unidas sobre a segurança dos jornalistas contribuiu para melhorar a tomada de consciência sobre a importância deste aspecto nos últimos anos, apesar do aumento do número de jornalistas assassinados.

Segundo dados da Unesco, entre 2007 e 2012, 430 jornalistas foram assassinados, incluindo 23 mulheres.

A maioria dos crimes citados foi cometido fora das zonas de conflito e, inclusive, segue impune.

O relatório divulgado pela Unesco, realizado com o apoio do governo sueco, analisa as tendências em matéria de liberdade de imprensa desde 2007 com base em quatro parâmetros: a liberdade dos meios, o pluralismo, a independência e a segurança dos jornalistas. EFE

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