Unesco destaca contribuição do grupo Brics à educação no mundo

  • Por Agencia EFE
  • 24/09/2014 00h24
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Paris, 22 set (EFE).- Uma cooperação mais estreita dos países emergentes conhecidos como os Brics – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – pode acelerar o processo de melhora da educação no mundo, dados os avanços conquistados até agora nesta matéria por cada um deles, segundo um relatório divulgado nesta segunda-feira pela Unesco.

A Organização da ONU para a Educação, a Ciência e a Cultura destacou em comunicado que ditas economias emergentes garantem a educação de mais de 40% da população mundial.

Os Brics, acrescentou, “modificaram já o mapa mundial da educação” mediante a escolarização de milhões de crianças, a abertura de centros de aprendizagem de nível internacional, o estímulo da inovação e a possibilidade de compartilhar a experiência e o conhecimento.

O estudo “Os Brics: Construir uma educação para amanhã”, é o primeiro que aborda profundamente os avanços e os desafios que são apresentados nesta matéria em ditos países e ressalta que foram realizados nestes locais “importantes progressos”, indicou a Unesco.

Uma de suas principais conclusões é que esses cinco países utilizaram muito bem políticas inovadoras para melhorar a qualidade da educação e para desenvolver a formação profissional e técnica, assim como o ensino superior.

O Brasil iniciou os sistemas de avaliação mais completos do mundo, que utilizam uma combinação de dados sobre os estudantes e as taxas de êxito escolar, para fixar assim objetivos e estabelecer a direção das reformas a efetuar.

Na Índia, uma nova legislação exige que as empresas dediquem 2% de seus lucros às atividades de responsabilidade social, medida que pode interessar todos os governos que buscam como financiar níveis de educação elevados, indicou a Unesco.

Da China, o relatório ressalta a rápida progressão do ensino superior, pois seu número de estudantes foi multiplicado por cinco entre 1999 e 2012, enquanto da Rússia ressalta os esforços para reforçar os intercâmbios e a cooperação entre estudantes e universidades.

Uma medida que, da mesma forma que a rede de universidades Brics, “enriquece a aprendizagem”, acrescentou.

Todos os países interessados em lutar contra a desigualdade, podem usar como exemplo a reforma da educação sul-africana, centrada também na luta contra o apartheid, segundo a Unesco.

O relatório lembra que tanto a China como a Índia abrigam os mais vastos sistemas educacionais do mundo, embora ainda “só um jovem em cada cinco tenha acesso ao ensino superior na Índia e um em cada quatro na China”.

Os Brics poderiam “garantir antes uma viabilidade a longo prazo” se reforçasse a cooperação em educação, como defende a Unesco, recalcou sua diretora geral, Irina Bokova.

Apesar dos progressos obtidos, restam “vários desafios” para enfrentar, segundo lembra a organização, que cita entre outros problemas os efeitos das reformas econômicas, a descentralização e a privatização da educação, que aumentaram as desigualdades que atingem primeiro as crianças mais pobres.

Bokova acrescentou, no entanto, que os Brics já colaboram em diferentes iniciativas mundiais a favor da educação e desempenham um papel importante no movimento Educação Para Todos (EPT) coordenado pela Unesco.

Além disso, acrescentou Bokova, o Brasil, China e a Índia fazem parte do grupo de países de forte população (E9) que desde 1993 trabalha para impulsionar a cooperação na perspectiva da EPT. EFE

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