União Europeia diz que Venezuela votou por mudança e pede diálogo de políticos

  • Por EFE e Agência Brasil
  • 07/12/2015 12h11
EFE/Andrej Cukic Chefe da diplomacia europeia Federica Mogherini falou sobre resultado eleitoral na Venezuela

A União Europeia (UE) afirmou nesta segunda-feira que os venezuelanos votaram ontem pela mudança e pediu a todos os políticos do país que dialoguem e cooperem de maneira construtiva para enfrentarem juntos os desafios e fortalecer as instituições democráticas.

Os resultados “são um voto pela mudança e um claro pedido aos políticos e às instituições da Venezuela para que se envolvam em esforços políticos construtivos e juntos enfrentem os desafios, em benefício do país e de todos os cidadãos”, assinalou Federica Mogherini, chefe da diplomacia europeia.

“O diálogo e a cooperação construtivos fortalecerão as instituições democráticas” na Venezuela, ressaltou a alta representante para a Política Externa e de Segurança Comum da União Europeia no comunicado sobre as eleições venezuelanas.

A política italiana destacou o desenvolvimento pacífico da eleição legislativa desse domingo, em que a oposição obteve 99 das 167 cadeiras da Assembleia Nacional.

Mogherini lembrou que o processo eleitoral na Venezuela deve agora ser concluído “com o mesmo espírito de responsabilidade democrática e de transparência”.

E finalizou dizendo que a UE continua a estar “preparada para cooperar com a Venezuela e suas autoridades democraticamente eleitas no interesse de todos os venezuelanos”.

A vitória

A oposição venezuelana conquistou 99 mandatos de um total de 167 que compõem a Assembleia Nacional – contra 46 do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), do Presidente Nicolás Maduro, obtendo uma maioria parlamentar de dois terços pela primeira vez em 16 anos.

Venezuelanos comemoram vitória da coalizão de oposição nas ruas de Caracas, Venezuela, nesta madrugada (EFE)

O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, reconheceu a derrota da sua formação política, o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), pela primeira vez em 16 anos, nas eleições legislativas de domingo. “Vimos com a nossa moral, com a nossa ética, reconhecer esses resultados adversos, aceitá-los e dizer à nossa Venezuela que a Constituição e a democracia triunfaram”, afirmou, numa declaração transmitida pela televisão, pouco depois do anúncio oficial dos resultados, que dão uma maioria parlamentar de dois terços à oposição.

A oposição beneficiou-se do forte descontentamento popular na Venezuela com uma crise econômica provocada pela queda do preço do petróleo. O país detém as maiores reservas do produto do mundo, mas está atualmente imerso a uma situação de escassez de alimentos e bens de primeira necessidade.

Os resultados eleitorais traduzem uma virada histórica depois da chegada do poder do “chavismo” (de Hugo Chávez) em 1999, apesar de diversos analistas advertirem que Nicolás Maduro pode tentar limitar os poderes do Parlamento para contrariar essa vitória, arriscando desencadear protestos.

Com a imagem de Simon Bolivar por trás, Nicolas Maduro disse que “triunfou a Constituição e a democracia” na Venezuela (EFE)

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