União Europeia doa 8,9 milhões de euros ao tribunal do Khmer Vermelho
Phnom Penh, 21 ago (EFE).- A União Europeia (UE) doou 8,9 milhões de euros ao tribunal internacional que julga os antigos comandantes do Khmer Vermelho pelos crimes que cometeram no passado, antes e após governarem Camboja, informaram nesta sexta-feira fontes oficiais.
Um de cada quatro cambojanos perderam a vida entre 1975 e 1979, o tempo em que o Khmer Vermelho governou o país, pelas deportações maciças ao campo em condições infrahumanas, doenças, crises de fome, trabalhos forçados e expurgos políticas.
A corte internacional, instalada em Phnom Penh e na qual participa a ONU, disse em comunicado que 5,5 milhões de euros do total serão atribuídos ao orçamento de 2015 e o resto ao de 2016.
A UE fornecerá um milhão de euros adicionais para programas de educação sobre o genocídio que promovam a memória histórica e “o respeito dos direitos humanos e a diversidade cultural”, indicou em outra nota de imprensa o bloco europeu.
Os vinte E oito, e em nível individual os Estados-membros, contribuíram com cerca de 48 milhões de euros ao tribunal desde sua formação em 2006, o que lhes transforma no segundo maior doador atrás do Japão.
Alguns acadêmicos e organizações como Human Rights Watch denunciaram as ingerências do governo do primeiro-ministro, Hun Sen, nas operações do tribunal internacional e a própria ineficácia das cortes, que trabalham entre o sistema jurídico cambojano e o internacional.
O julgamento do Khmer Vermelho já usou cerca de 190 milhões de euros desde 2006, emitiu duas sentenças e deve completar sua incumbência em 2019.
A primeira pena foi contra o ex-diretor da prisão S-21 Keing Guek Eav, conhecido como Duch, de 72 anos, condenado em apelação em 2012 à prisão perpétua pela responsabilidade na tortura e assassinato de cerca de 17 mil pessoas.
A outra foi contra o ex-chefe de Estado do regime, Khieu Samphan, de 83 anos, e o número dois da organização, Nuon Chea, de 88, condenados à prisão perpétua em agosto de 2014 por crimes contra a humanidade. EFE
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