Unicef denuncia que envolvidos no conflito do Sudão do Sul recrutam crianças

  • Por Agencia EFE
  • 21/04/2014 16h05

Genebra, 21 abr (EFE).- O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) denunciou nesta segunda-feira que as duas partes adversárias envolvidas no conflito do Sudão do Sul estão recrutando e treinando crianças para transformá-las em soldados.

“O Unicef tem relatórios críveis que indicam que ambas as partes do conflito estão recrutando crianças”, denunciou a organização das Nações Unidas em comunicado.

Conforme esses relatórios, crianças foram vistas carregando armas, vestidas com uniformes militares e participando de treinamento militar.

“Isto é inadmissível. As crianças não devem ser instrumento de conflito”, declarou, segundo o comunicado, Jonathan Veitch, representante do Unicef no Sudão do Sul.

“Por um lado, devemos falar das sequelas em longo prazo deixadas nas crianças que foram recrutadas, mas, por outro, devemos lembrar que a ameaça imediata é a sua vida. Os líderes têm a obrigação de evitar que as crianças façam parte do exército”, acrescentou Veitch.

Ele denunciou que várias crianças foram assassinadas nos ataques realizados no país nos últimos dias, embora não tenha podido informar o número exato. Entre as vítimas havia civis, mas também alguns menores que faziam parte dos grupos armados.

Veitch lembrou que desde que o conflito começou em dezembro de 2013, defensores dos direitos humanos documentaram um aumento de incidentes violentos com vítimas menores de idade.

O conflito explodiu quando o presidente, Salva Kiir, acusou o ex-vice-presidente Riek Machar de realizar um golpe de Estado. Machar, então, pegou armas e o exército se dividiu em dois. Logo depois, o conflito tomou ares étnicos, dado que Kiir e Machar pertencem a tribos diferentes.

A violência já custou a vida de milhares de pessoas e obrigou mais de um milhão a abandonar suas casas e a vagar deslocados pelo país ou a refugiar-se nos países vizinhos. O conflito colocou o jovem país, que ganhou independência do Sudão em 2011, à beira de uma guerra civil. EFE

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