Universidades paulistas criam grupo para enfrentar crise hídrica
As seis universidades paulistas de ensino público (UFABC, UFSCar, Unesp, Unicamp, Unifesp e USP) anunciaram hoje (3) a criação de um grupo de trabalho para enfrentar a crise hídrica em São Paulo. O objetivo é mobilizar pesquisadores das instituições para elaborar projetos e propor ações conjuntas, de modo a lidar com cenários causados por possível racionamento e pela falta de água a curto, médio e longo prazos.
Entre as ações iniciais do grupo, uma das principais é a criação do Fórum de Reitores das Universidades Públicas do Estado de São Paulo para debater questões estratégicas para a universidade e a sociedade.
Além disso, disponibilizarão competências das universidades nas áreas de recursos hídricos para os governos municipal, estadual e federal e solicitarão informações sobre a quantidade e qualidade da água para abastecimento público e geração de energia hidrelétrica.
As medidas constam de um documento que também pede a mobilização dos governos municipal, estadual e federal para garantir a imediata liberação de recursos financeiros. O dinheiro servirá para adequação da infraestrutura física e organizacional das instituições públicas, consequentemente a redução do consumo de água no desenvolvimento de suas atividades.
De acordo com a reitora da Unifesp, Soraya Smaili, a primeira reunião, semana que vem, formará o Painel Técnico-Acadêmico Permanente de Recursos Hídricos (PTA-Hidro). O objetivo é produzir informações relativas aos estudos que deverão subsidiar e apoiar os planos de contingenciamento.
“As informações que traremos para discussão nas universidades também subsidiarão um plano de educação ambiental que queremos apresentar para os estudantes, pesquisadores e sociedade”, informou a reitora.
Soraya ressaltou que a principal preocupação é garantir, além do abastecimento nas próprias universidades, a água em instalações que atendem à população, como hospitais universitários, com foco prioritário para o Hospital São Paulo.
O hospital atende 3,5 milhões de consultas ambulatoriais anuais e ainda dispõe de um pronto-socorro aberto 24 horas, atendendo todas as especialidades. A maior necessidade do momento é saber como ele será abastecido no caso de rodízio.
“Traçamos todos os diagnósticos possíveis para continuarmos atendendo sem interrupção. Medimos a capacidade dos reservatórios e adequamos o sistema de encanamento. Estamos preocupados porque a saúde pública em São Paulo tem dificuldades com a demanda, que aumentou muito e não queremos descontinuar o atendimento. O hospital é vital para a cidade”.
De acordo com a reitora da Unifesp, as aulas nas universidades não serão suspensas pela falta de água.
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