Universitária morre após inalar gás de buzina em Rio Preto
A estudante de direito Maria Luiza Perez Perassolo, de 18 anos, morreu sábado (27), depois de inalar gás de buzina, durante uma festa, em São José do Rio Preto, interior de São Paulo. De acordo com a Polícia Civil, ela participava da festa com um grupo de amigos no condomínio em que mora, quando teria inalado o gás. Os pais da estudante tinham viajado para o litoral. Ela começou a passar mal e os amigos tentaram reanimá-la com massagem cardíaca, enquanto acionavam o serviço de resgate. A jovem teve uma parada cardíaca e morreu antes de ser levada ao hospital.
De acordo com testemunhas, Maria Luiza comprou a buzina na loja de conveniência de um posto de combustível próximo do condomínio. O frasco com o gás foi apreendido pela Polícia Civil para perícia. O delegado Éder Galavotti aguarda o resultado da necropsia feita pelo Instituto Médico Legal (IML) sobre a causa da morte e também a perícia no aparelho que continha o gás. Segundo ele, o frasco que armazena o produto estava quase vazio, o que confirmaria a informação de que ela inalou o gás várias vezes.
OUTRA MORTE – Em fevereiro deste ano, um estudante de medicina de 33 anos morreu em Fernandópolis, na mesma região, também em decorrência de inalar o gás de buzina, junto com a ingestão de bebidas alcoólica. Em janeiro, em Rio Preto, uma estudante de 17 anos teve parada cardíaca após inalar o gás, mas se recuperou depois de passar dez dias numa unidade de terapia intensiva.
A sequência de casos levou o vereador Paulo Paulêra (PP) a propor na Câmara de São José do Rio Preto a proibição na venda, distribuição e uso de buzinas a gás. O projeto, apresentado em janeiro deste ano e ainda não votado pelos vereadores, prevê multa de R$ 5 mil aos infratores. De acordo com o vereador, o uso da buzina pode lesar o aparelho auditivo e, em caso de inalação, causar danos à saúde.
De acordo com o Centro de Toxicologia do Hospital de Base de São José do Rio Preto, o gás de buzina é composto de butano e propano, derivados de petróleo, e é tóxico. O produto, também encontrado em isqueiros e sistemas de refrigeração de geladeiras e aparelhos de ar-condicionado, afeta o sistema nervoso central, podendo causar alucinações, desmaio, convulsão e infarto. O aparelho – uma lata contendo o gás acoplada a uma buzina – é vendido para fazer barulho, mas acaba sendo inalado pelos jovens devido ao suposto efeito desinibidor.
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