Uribe diz que escândalo de espionagem tenta favorecer campanha de Santos
Bogotá, 7 mai (EFE).- O ex-presidente colombiano Álvaro Uribe disse nesta quarta-feira que o revôo causado pela detenção de um hacker que fez trabalhos publicitários para a campanha presidencial de seu movimento procura “tapar” outro escândalo do atual presidente e também candidato, Juan Manuel Santos.
Em mensagem no Twitter, Uribe defendeu “a decência integral” do candidato presidencial do movimento Centro Democrático, Óscar Iván Zuluaga, e criticou os supostos vínculos com o narcotráfico de Juan José Rendón, que esta semana renunciou ao cargo de estrategista de propaganda da campanha de Santos para a reeleição.
A procuradoria colombiana descobriu ontem em Bogotá um escritório no qual, segundo disse, eram realizadas intercepções ilegais de e-mails com o objetivo de “sabotar” o processo de paz entre o governo de Santos e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e que também pode ter espiado o próprio presidente.
O único detido na operação, Andrés Felipe Sepúlveda, é membro de uma empresa familiar que prestou serviços publicitários à campanha de Zuluaga, vínculo que o Centro Democrático reconheceu em comunicado.
Sepúlveda se declarou hoje inocente das acusações em uma audiência que aconteceu em um juizado de Bogotá, após a qual foi enviado à prisão pelo juiz.
Segundo Uribe, com a revelação deste caso o que se procura é afetar a candidatura de Zuluaga, que nas enquetes desponta como o principal rival de Santos para as eleições do próximo dia 25 de maio e desviar a atenção sobre o escândalo na campanha do atual presidente.
O jornal “El Espectador” e o colunista Daniel Coronell, da revista “Semana”, revelaram há poucos dias que o chefe criminoso Javier Antonio Serna tentou em 2011 uma negociação com o governo para a entrega de um grupo de traficantes, na qual usou Rendón como intermediário.
Serna, que finalmente se entregou às autoridades americanas em maio de 2012, confessou à procuradoria que, entre quatro traficantes, recolheram US$ 12 milhões para pagar Rendón, um publicitário venezuelano que trabalhou na campanha de Santos em 2010.
Ao renunciar ao cargo de “cérebro” da segunda campanha do presidente, Rendón reconheceu que fez a gestão de mediador, que finalmente não prosperou, mas negou ter recebido dinheiro dos traficantes por esse trabalho. EFE
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