Uruguai quer produzir maconha que possa ser “bem identificada”

  • Por Agencia EFE
  • 30/07/2015 22h37

Montevidéu, 30 jul (EFE).- O presidente da Junta Nacional de Drogas (JND) do Uruguai, Juan Andrés Roballo, disse nesta quinta-feira que o país buscará produzir uma “variedade nacional” de maconha, controlada pelo Estado, que possa ser “bem identificada”, da mesma forma que sua origem e processo, para a “tranquilidade” dos vizinhos da região e do mundo.

Após participar em Montevidéu de um ato de uma campanha de conscientização sobre o consumo de drogas, Roballo falou sobre a lei que regula a produção e a compra e venda de maconha, aprovada em dezembro de 2013 durante o mandato de José Mujica (2010-2015).

“Todo o Uruguai e todo o mundo está nos olhando por causa disto, não podemos fracassar” destacou Roballo.

O presidente da JND afirmou que os “compromissos que o país assumiu em instrumentos internacionais têm que ser respeitados”, razão pela qual a produção nacional de maconha, controlada pelo Estado, deverá estar “bem identificada”.

Neste sentido, Roballo se referiu ao processo de licitação que está sendo realizado para atribuir a produção de maconha a várias empresas, que posteriormente será vendida em farmácias, e destacou que esse processo se encontra na “etapa final”.

Com relação à demora na implementação deste ponto da lei, Roballo comentou que “foi um processo difícil” e que estiveram “muito concentrados” em “blindar” todas as dificuldades que pudessem surgir durante a licitação.

A lei foi criada para regular a produção e a compra e venda de maconha como forma de acabar com o negócio do narcotráfico, e transformou o Uruguai em pioneiro neste enfoque da luta antidrogas.

Desde meados do ano passado está em andamento o cultivo doméstico, destinado a quem se registrar para plantar maconha em casa, assim como os chamados clubes de cannabis, uma espécie de cooperativa para o cultivo coletivo de um grupo limitado de pessoas.

Falta determinar ainda a venda em farmácias da maconha legal, produzida sob o controle do Estado.

Neste sentido, uma vez aprovadas as licitações, as empresas deverão instalar-se em um prédio – de propriedade do Estado – para plantar cannabis, que será vendida em farmácias que tenham obtido a permissão correspondente.

Roballo estimou que este processo de venda poderá estar em pleno funcionamento nos “próximos meses”. EFE

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