Usina de Fukushima inicia liberação regular de água radioativa tratada no mar
Tóquio, 14 set (EFE).- A usina nuclear de Fukushima, praticamente destruída durante os terremotos e tsunami que atingiram o Japão em 2011, liberou nesta segunda-feira mais de 800 toneladas de água radioativa tratada no mar, o primeiro dos vazamentos controlados que serão feitos para evitar a saída de líquido altamente contaminado.
A Tokyo Eletric Power (Tepco), operadora da central atômica, confirmou hoje através de sua conta no Twitter a liberação de 838 toneladas de água tratada, cumprindo “padrões estritos” quanto aos níveis de contaminação.
A água é tratada pela Tepco por meio de um sistema que elimina todos os isótopos radioativos com a exceção do trítio. Conforme explicaram a empresa e uma organização externa que analisou o líquido, o volume de trítio na água liberada hoje ficou entre 330 e 600 becquerels por litro, abaixo dos 1.500 que a lei japonesa estabelece como limite para esse tipo de situação.
A Tepco começou a realizar as liberações após obter o sinal verde das autoridades locais e dos pescadores de Fukushima, muito prejudicados pela tragédia nuclear de 11 de março de 2011.
As confrarias da região aceitaram finalmente o plano da operadora da usina em agosto. O governo do Japão e a Tepco seguirão pagando indenizações até que a situação na central afete suas atividades.
O objetivo dos vazamentos controlados é reduzir o volume de água nos aquíferos subterrâneos que estão dentro dos locais onde estão instalados os reatores. A água se mistura com o líquido radioativo usado para refrigerar as unidades e ameaça sair para o mar.
A empresa instalou um sistema de bombas em 41 poços conectados aos canais subterrâneos, através do qual drena a água e a conduz ao processo de tratamento.
Por meio dessa liberação, a Tepco pretende que a acumulação diária dessa água subterrânea seja reduzida em até 300 toneladas.
A operadora espera resolver esse problema a “longo prazo” combinando o sistema de bombeamento com um muro de gelo instalado no subsolo ao redor da central, usado para evitar a passagem da água.
No entanto, a instalação dessa barreira, que começou no ano passado, avança com muito atraso. EFE
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