USP descobre substância para ser usada contra Doença de Chagas

  • Por Agencia EFE
  • 17/06/2014 13h31
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Rio de Janeiro, 17 jun (EFE).- Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) descobriram uma nova molécula que pode ser utilizada no tratamento da Doença de Chagas, informou a instituição nesta terça-feira.

A nova substância é menos tóxica e mais eficiente do que os remédios empregados atualmente, segundo a professora Ivone Carvalho, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto, vinculada à USP.

“Nesses estudos, ela mostrou uma resposta interessante. Não foi tóxica para a célula. Teve maior atividade para matar o parasita do que o próprio fármaco”, disse a pesquisadora a Agência Brasil.

As pesquisas tiveram como base o benznidazol, uma das duas substâncias usadas atualmente para combater o Trypanosoma cruzi, o parasita transmissor.

“Nós temos problemas com o tratamento atual, que é antigo. O medicamento disponível tem problemas de toxicidade, de ineficácia na fase crônica. E também desenvolvimento de resistência ao tratamento”, relatou a pesquisadora.

A substância recém-descoberta já foi patenteada pela Agência USP de Inovação. Ela começará a ser testada em ratos na Faculdade de Medicina da instituição com o objetivo de desenvolver um medicamento que possa ter menos efeitos colaterais que os tratamentos existentes e uma maior eficácia na fase crônica da doença.

Na etapa inicial, o infectado pode apresentar febre, mal-estar, inflamação de gânglios linfáticos, palidez, dores musculares e dificuldade para respirar, o que pode motivar sua confusão com outras doenças e dificultar o diagnóstico.

Caso a Doença de Chagas não seja bem tratada desde os primeiros sintomas, pode se transformar em crônica, quando o Trypanossoma se hospeda nos tecidos e afeta o coração e o aparelho digestivo. É uma doença endêmica da América e, apesar de aparecem casos no Sul dos Estados Unidos, se estende fundamentalmente do México a Argentina, onde apresenta uma maior incidência nas regiões rurais mais pobres.

Atualmente, calcula-se que entre sete e oito milhões de pessoas sofram da doença, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). EFE

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