Vacina contra vírus chicungunha supera os primeiros testes

  • Por Agencia EFE
  • 15/08/2014 16h25

Londres, 15 ago (EFE).- A primeira vacina contra o vírus da febre chicungunha testada em ser humano passou com sucesso nos testes clínicos iniciais, conforme publica a mais recente edição da revista científica “The Lancet”.

A nova vacina é fabricada a base de proteínas que estimulam o sistema imunológico de forma análoga a como faria o vírus, mas que não coloca o paciente em risco de infecção, dado que não contêm o material genético do chicungunha.

Na primeira fase de testes, coordenada por pesquisadores do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos, a vacina foi aplicada em 25 adultos saudáveis com idades entre 18 e 50 anos que não sofreram qualquer efeito colateral “severo”, segundo o estudo. Os voluntários receberam três doses durante um período de 20 semanas no qual os pesquisadores mediram com regularidade os níveis de anticorpos na corrente sanguínea.

“A maioria dos pacientes registrou uma resposta imune em forma de anticorpos neutralizantes desde a primeira vacinação. (…) Resulta significativo que os anticorpos eram de longa duração”, sustenta o estudo.

“Depois de 11 meses de vacinação, o nível de anticorpos era similar a aqueles observados em pessoas que se recuperaram de forma natural após sofrer uma infecção por chicungunha”, relatou Julie Ledgerwood, responsável pelos testes.

Segundo ela, os resultados sugerem que a vacina poderia proporcionar proteção “a longo prazo” contra o vírus. A pesquisadora apontou, além disso, que a produção da vacina “deveria ser relativamente barata” em grandes quantidades, dado que não é elaborada com vírus vivos e, portanto, não precisa das mesmas medidas de “confinamento” que outras vacinas mais caras.

O chicungunha, que em um princípio é transmitido unicamente pela picada do mosquito aedes aegypti, muito comum nos trópicos, se adaptou e agora se propaga também através do mosquito asiático aedes albopictus, que vive em climas mais temperados da Europa e América.

Desde 2006, foram detectados focos do vírus em países onde nunca antes tinha aparecido, como Itália e França, e, nos últimos meses, apareceu nos Estados Unidos e vários países latino-americanos.

O termo “chicungunha” vem do idioma makonde, falado no sudeste da Tanzânia e no norte de Moçambique, significa “homem que se dobra” e se aplica a esta doença que é caracterizada por fortes dores nas articulações. EFE

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