Vale diz que retomada de operação da Samarco em meados de 2017 é viável

  • Por Estadão Conteúdo
  • 18/10/2016 14h33
Linhares (ES) - A lama vinda das barragens da Samarco com rejeitos de mineração seguem ao longo do leito do Rio Doce em direção à sua foz, localizada em Regência, Linhares (Fred Loureiro/Secom ES) Fred Loureiro /Secom ES Samarco

O cumprimento das exigências das autoridades ambientais e a retomada das operações da Samarco em meados de 2017 são viáveis, avalia o diretor executivo de Recursos Humanos, Sustentabilidade e Integridade Corporativa da Vale, Clovis Torres. A produtora de pelotas controlada pela Vale e a BHP Billiton está parada desde o rompimento da barragem do Fundão, em novembro do ano passado, e aguarda a concessão de uma licença ambiental que permitiria o uso de uma cava exaurida para depósito de rejeitos. É uma alternativa para a empresa voltar a operar sem a barragem.

O pleito está em análise pela Secretaria de Meio Ambiente de Minas Gerais (Semad) desde junho passado. De acordo com Torres, o sinal verde para o uso da cava daria uma vida útil de pelo menos três anos à Samarco. A Vale também analisa pedir licenças para o uso de cavas exauridas de minas próximas à Samarco e que seriam cedidas à controlada para depósito de rejeitos de sua produção. Caso isso ocorra, a empresa conseguirá operar por 15 anos com esse sistema. 

“Estamos trabalhando para que (a Samarco) volte o mais rápido possível. Entendemos que não é uma situação típica, de um processo de licenciamento simples, embora se trate de um procedimento simplificado (o de licenciamento para uso de cavas para depósito de rejeitos)”, disse sobre os prazos de análise pela Semad e o Ibama. 

O executivo acredita que há tempo hábil para que a companhia cumpra todas as exigências das autoridades ambientais até meados do próximo ano. Parada há dez meses a Samarco não gera caixa e passa a ter dificuldades para honrar seus compromissos financeiros. De acordo com Torres as negociações com credores estão em andamento.

Segundo Torres, existe um esforço não só dos acionistas, mas da sociedade mineira, para o retorno das atividades da Samarco, que gerava tributos e empregos para a região. “Não faz sentido imaginar que toda vez que ocorra um acidente a empresa tenha, como penalidade, que deixar de existir”, disse Torres.

De acordo com o diretor executivo da Vale os sócios e a empresa estão trabalhando para evitar novos acidentes no período de chuvas que se inicia, fazendo dragagem no que restou de rejeitos e criando diques de contenção abaixo do que restou da barragem de Fundão. “O plano de contingência está preparado e prefeitos estão sendo alertados para evitar qualquer novo acidente”, disse após participar da abertura do 24º Congresso Mundial de Mineração, no Rio.

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