“Vale do Silício” da Índia se orgulha com nomeação de novo CEO do Google
Alberto Peña.
Bangalore (Índia), 12 ago (EFE).- Na cidade de Bangalore, considerada o Vale do Silício da Índia pela quantidade de empresas tecnológicas e de internet que se instalaram no local, tornou-se motivo de orgulho o posto de novo executivo-chefe do Google ser ocupado por um indiano.
Sentados no complexo RMZ Infinity de Bangalore, que serve como sede para algumas das maiores empresas do setor no país, um grupo de jovens delira quando escuta o nome do novo CEO do Google, o indiano Sundar Pichai, nascido em 1972.
Entre edifícios de vidro, áreas geometricamente jardinadas e um chão de pedra brilhante, os jovens não escondem que a notícia que envolve alguém nascido no estado de Tamil Nadu e formado pelo Instituto de Tecnologia de Kharagpur, em Bengala Ocidental, foi muito bem recebida neste reduto tecnológico da Índia.
“Estamos contentes que um indiano tenha chegado a ser CEO do Google porque é um orgulho para nós depois que duas grandes empresas como Microsoft e Nokia também foram lideradas por indianos”, disse à Agência Efe Arvind Kumar, engenheiro da Synopsys, uma das maiores empresas de tecnologia do país.
Kumar se referia a Satya Nadella, executivo-chefe da Microsoft desde fevereiro do ano passado, e Rajeev Suri, representante máximo da Nokia, dois dos altos dirigentes de companhias de primeira linha em tecnologia e engenharia no mundo.
O Google anunciou na segunda-feira uma reestruturação e nomeou Sundar Pichai, até então chefe de produto da empresa, como o novo executivo-chefe do gigante tecnológico.
A nomeação foi acompanhada do anúncio de uma nova estrutura corporativa na qual o Google, cujo faturamento anual beira os US$ 60 bilhões, passa a pertencer ao novo conglomerado Alphabet.
“Talvez isto sirva para que as pessoas se motivem mais em seu trabalho”, acrescentou Kumar.
A nova nomeação do Google passa a estimular ainda mais essa região indiana, descoberta pela gigante Texas Instruments no início dos anos 80 e que se tornou um imã para grandes empresas tecnológicas.
Para Bhuvanesh Waran, engenheiro da Quality Assurance, uma empresa especializada em software, a nomeação de Pichai é “uma inspiração”.
“Ele vem de uma família de classe média de Tamil Nadu, trabalhou duro e conseguiu. Já sabíamos quem ele era quando ainda trabalhava para a Android Company”, disse.
Entre outras ocupações, Pichai liderou a plataforma do Google para a telefonia celular e participou de outros importantes projetos da companhia, como o navegador Chrome.
“Agora sabemos que os indianos são capacitados e que seremos capazes de ocupar este tipo de posto nos próximos anos”, considerou Waran.
Em um país conhecido internacionalmente pela formação de engenheiros de informática e que tem no setor tecnológico uma de suas principais ferramentas de presente e futuro, essa nomeação significa uma confirmação de algo que já vem acontecendo.
De acordo com um estudo da rede social profissional Linkedin, divulgado pela revista “Forbes”, Bangalore foi em 2014, com 26.453 novos trabalhadores tecnológicos, o segundo maior centro deste recurso humano qualificado em termos globais, logo atrás do Vale do Silício, com 28.516.
“Os indianos já são há muito tempo qualificados neste campo”, declarou à Efe Dhanum Jay, da filial indiana da multinacional dinamarquesa LM Wind Power. EFE
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