Valls suaviza seu plano de cortes para atrair seus próprios deputados
Paris, 28 abr (EFE).- O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, suavizou nesta segunda-feira seu plano de cortes de 50 bilhões de euros para os próximos três anos, com concessões às pensões mais baixas, um dia antes de ser votado na Assembleia Nacional e depois que deputados socialistas anunciaram sua oposição ao texto.
Em um e-mail enviado a todos os parlamentares socialistas, o chefe do governo assegurou que não congelará as pensões de 1.200 euros ou menos, o que afeta 6,5 milhões de aposentados do país.
Assim, Valls responde a uma das reivindicações da ala mais moderada de seu partido, que havia se mostrado inquieta sobre a forma na qual o plano de cortes podia afetar ao poder aquisitivo dos mais modestos.
O plano Valls de cortes incluía um congelamento das pensões, dos salários dos funcionários e de alguns serviços públicos.
Com isso, o chefe do governo pretende financiar o rebaixamento dos impostos patronais de 30 bilhões e reduzir o déficit público do país, para cumprir em 2015 com o compromisso adquirido com Bruxelas de situá-lo em 3% do PIB.
Além de manter a revalorização das pensões mais baixas, Valls se comprometeu a revisar anualmente o congelamento dos salários dos funcionários em função da situação econômica do país.
Além disso, o primeiro-ministro afirmou que serão valorizados os salários públicos mais baixos, o que afetará 1,6 milhão de funcionários.
Valls afirmou que se aplicarão melhoras em diversos subsídios para pessoas em dificuldade e anunciou uma redução tributária para apoiar o poder aquisitivo dos salários mais baixos.
Resta saber se as medidas convencem a ala mais esquerdista do Partido Socialista (PS), depois que alguns de seus membros anunciaram sua intenção de votar contra do plano de Valls.
O primeiro-ministro lembrou que o voto de amanhã é consultivo, mas lhe deu grande importância porque “o parlamento não apenas deve ser escutado, também respeitado”. EFE
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