Varela quer mediar reaproximação entre EUA e Venezuela na Cúpula das Américas
Panamá, 7 abr (EFE).- O presidente do Panamá, Juan Carlos Varela, afirmou nesta terça-feira em entrevista à Agência Efe que está disposto a mediar uma reaproximação entre os Estados Unidos e a Venezuela, em um movimento similar ao de Washington e Havana, durante a realização da VII Cúpula das Américas no país.
“Embora a agenda da cúpula seja todo o continente e não os assuntos bilaterais, o palco pode ser usado para consolidar um diálogo político como o de Cuba e dos EUA, sobre o qual todos guardamos uma grande esperança. E para que ocorram também outras abordagens, como o dos venezuelanos e dos americanos”, disse Varela.
“O valor e a coragem demonstrados pelos chefes de Estado tanto de Cuba como dos EUA, que deixaram de lado diferenças históricas e buscaram pontos em comum, é algo que temos todos que reconhecer e aplaudir”, completou o líder panamenho.
Os presidentes Raúl Castro e Barack Obama anunciaram no final do ano passado a intenção de retomar as relações diplomáticas entre os dois países, pouco depois de o Panamá convidar Cuba ao evento, decisão que foi aceita por Washington e Havana.
Cuba não participava da cúpula desde 1962, quando foi expulsa da Organização dos Estados Americanos (OEA). Estabelecer o diálogo do continente seria a “vocação do Panamá”, na opinião de Varela, que destacou o canal marítimo do país como um elo que une os países americanos.
O anfitrião da VII Cúpula das Américas afirmou “que os países devem ser escutados, deixar as diferenças conjunturais de lado e se concentrem em resolver os problemas que afetam a todos”.
Varela destacou como obstáculos a serem vencidos, a desigualdade, o avanço do crime organizado, a falta de infraestrutura pública e a necessidade de uma educação de primeiro mundo.
“Esses são os grandes desafios, e não nos enfrentarmos uns aos outros”, ressaltou.
“A cúpula vai ser um sucesso total, porque nossa diplomacia tentou buscar a união e o encontro de irmãos do continente, sobretudo para fechar essas feridas deixadas desde a época da Guerra Fria, quando o nosso continente foi usado para a medição de forças das grandes potências”, assegurou. EFE
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