Varoufakis diz que Grécia “não assinará uma prorrogação da crise”
Atenas, 15 jun (EFE).- O ministro de Finanças da Grécia, Yanis Varoufakis, afirmou nesta segunda-feira que o governo “não vai assinar uma prorrogação da crise” e afirmou que “hoje é um bom dia, porque finalmente chegou o momento de clareza”.
“A Grécia disse ontem basta e agora os europeus devem tomar as decisões”, afirmou Varoufakis à rádio do partido governamental Syriza Sto Kokkino, um dia depois de as negociações serem interrompidas entre a Grécia e seus credores em Bruxelas por falta de progressos.
“Não vamos assinar uma prorrogação da crise. Firmaremos só uma saída da crise… O povo heleno não quer um governo que continuamente assine prorrogações da crise”, afirmou.
Varoufakis disse que “apesar de que nós estávamos dispostos a negociar, não foi possível uma aproximação”.
O ministro insistiu na necessidade de abordar também a reestruturação da dívida e cobrou dos membros da UE a tomada de decisões.
“Sem uma negociação sobre a reestruturação da dívida e se limitando ao debate sobre a parte financeira isso não poderia avançar. Finalmente chegamos ao momento da clareza, e a outra parte, especificamente a chanceler alemã, deve tomar decisões”, disse.
Segundo Varoufakis, em Bruxelas houve “uma aproximação importante” em nível técnico, mas a Grécia deixou claro que, para poder alcançar uma solução a negociação deveria ser elevada ao nível político, para incluir o tema da dívida e o programa de investimentos na negociação.
Atenas tem insistido que a crise não pode ser resolvida unicamente com um programa de reformas, mas deve incluir uma reestruturação da dívida e um pacote de investimentos que possibilitem retomar o crescimento econômico.
Uma das fórmulas que tinha sido colocada, como é possível identificar na proposta que vazou à imprensa, reconhecida recentemente por Varoufakis em entrevista, era a de que o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) assumisse a dívida da Grécia com o Banco Central Europeu (BCE) no valor de 27 trilhões de euros.
Atenas, que renegociaria com o MEE os termos de devolução, obteria assim um respiro de liquidez, pois só nos próximos dois meses deve devolver ao BCE 6,7 bilhões de euros, o que somado ao 1,6 bilhão que deve desembolsar no dia 30 para o Fundo Monetário Internacional (FMI) já supera com acréscimo os 7,2 bilhões pendentes do resgate.
O primeiro-ministro, Alexis Tsipras, se reunirá hoje com sua equipe econômica para avaliar os próximos passos. EFE
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