Varoufakis diz que não apoiará Tsipras nas eleições gregas

  • Por Agencia EFE
  • 22/08/2015 18h18

Paris, 22 ago (EFE).- O ex-ministro grego de Finanças Yanis Varoufakis disse neste sábado que não apoiará Alexis Tsipras nas próximas eleições gerais, já que não compartilha a posição do primeiro-ministro em fim de mandato de aceitar as regras do novo resgate à Grécia.

Em entrevista ao canal francês de televisão France 2, Varoufakis não quis precisar com que rótulo irá ao pleito que pode acontecer no final de setembro e nem sequer se concorrerá nele, mas sim deixou claro que, caso concorra, não acompanhará Tsipras.

“Não posso acompanhá-lo nesse caminho” porque sua decisão sobre o novo programa de resgate “provocou rupturas” no partido esquerdista Syriza, assim como “consternação entre os que se opunham a essa política ilógica”, precisou.

Segundo sua opinião, “Syriza como partido já é história após sua cisão”.

Segundo Varoufakis, ele tinha “uma missão, um mandato” eleitoral, que era fazer frente a um programa que “fracassou de forma manifesta”.

Essa missão, acrescentou, terminou “brutalmente” quando Tsipras aceitou as condições do novo resgate em 13 de julho.

Após as eleições “não acredito que o novo parlamento ofereça uma maioria capaz de realizar as políticas sociais e econômicas” necessárias, lamentou.

Varoufakis insistiu que a dura posição alemã sobre a Grécia no Eurogrupo corresponde a seu objetivo real de atalhar qualquer possibilidade da França questionar a doutrina da austeridade.

Na sua opinião, as políticas exigidas a Atenas “não têm qualquer relação com o que poderia ser ótimo para a Grécia do ponto de vista econômico ou social”.

Na realidade, garantiu, a Grécia “não era mais que um peão” em um tabuleiro de xadrez.

Em outra entrevista ao jornal francês “Le Monde” realizada na quarta-feira, Varoufakis disse que “a Grécia não é mais que uma batalha em uma guerra muito mais ampla”, em um “grande confronto entre França e Alemanha sobre o controle da União Monetária”.

Concretamente, o que os credores queriam era “controlar o governo grego para neutralizar outros países suscetíveis a desafiar a ordem estabelecida, como a França. Esse é o projeto do doutor (Wolfgang) Schäuble”, declarou em alusão ao ministro alemão de Finanças.

No último dia 20, Tsipras anunciou sua renúncia como primeiro-ministro e propôs a realização de eleições antecipadas, após conseguir um terceiro resgate para a Grécia. EFE

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