Vaticano adia para amanhã canonização de José de Anchieta
A assinatura do decreto de canonização do beato José de Anchieta, um dos jesuítas fundadores da cidade de São Paulo, foi transferida para amanhã (3). A informação foi divulgada, em nota, pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Inicialmente, o papa Francisco assinaria hoje (2) o documento que proclama santo José de Anchieta. O papa João Paulo II beatificou o “apóstolo do Brasil” em 1980.
A nota informa que no dia 4 de maio, durante a 52ª Assembleia Geral da CNBB, será celebrada missa em Ação de Graças pela canonização do beato, no Santuário Nacional de Aparecida, na cidade de Aparecida (SP). A assessoria de imprensa da instituição informou à Agência Brasil que a CNBB desconhece o motivo do adiamento como, também, o horário da cerimônia de amanhã.
De acordo com texto divulgado pela Agência Lusa, o espanhol José de Anchieta será canonizado juntamente com dois beatos nascidos na França, ligados à evangelização do Canadá – Maria da Encarnação Guyart e o bispo Francisco de Montmorency-Laval. Segundo o texto, o papa explicou que os três “novos santos se apresentavam como modelos de evangelização”.
A agência informa, ainda, que “são inúmeros os milagres e graças atribuídos à intercessão” de José Anchieta, que é venerado como “bem-aventurado”, aquele que está junto de Deus, quer por brasileiros, quer por católicos das ilhas espanholas Canárias.
José de Anchieta nasceu em 1534, na Espanha. Ingressou na Companhia de Jesus e, quando se tornou jesuíta, seguiu para o Brasil, em 1553, como missionário. Em 1554, chegou à capitania de São Vicente, onde, junto com o provincial do Brasil, padre Manoel da Nóbrega, fundou aquela que seria a cidade de São Paulo. No local, foi instalado um colégio e seu trabalho missionário começou.
Anchieta desempenhou intenso trabalho no colégio, o primeiro dos jesuítas na América, informou texto publicado pela CNBB. Ele ensinou a língua portuguesa aos filhos de índios e portugueses. O padre Anchieta também estudou a língua dos indígenas e compôs a primeira gramática da língua tupi. No mesmo idioma dos índios escreveu um catecismo, várias peças de teatro e hinos.
Ao longo dos anos, percorreu o litoral desde Cananeia, no sul de São Paulo, até o Recife, para acompanhar as várias missões que os jesuítas já tinham no Brasil. No Rio de Janeiro, em 1582, iniciou a construção da Santa Casa de Misericórdia, destinada a assistir os doentes e as vítimas das frequentes epidemias.
Durante sua trajetória, deu atenção especial aos pobres e doentes, aos grupos indígenas ameaçados e aos negros escravizados. José de Anchieta morreu no dia 9 de junho de 1597, sendo reconhecido como o “apóstolo do Brasil”.
José de Anchieta será o terceiro santo que tem ligação com o Brasil. Os outros dois são Madre Paulina, nascida em território inicialmente austríaco e que hoje pertence à Itália, viveu no Brasil e foi canonizada em 2002, e Frei Galvão, nascido em Guaratinguetá (SP) e canonizado em 2007.
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