Vaticano fará consulta para acabar com “discriminações injustas” contra gays

  • Por Agencia EFE
  • 09/12/2014 11h49

Cidade do Vaticano, 9 dez (EFE).- O Vaticano consultará as dioceses sobre a possibilidade de acabar com as “discriminações injustas” contra homossexuais e de tramitar gratuitamente a nulidade matrimonial, segundo um questionário divulgado nesta terça-feira.

Uma lista com 46 perguntas será disponibilizada pela Santa Sé a conferências episcopais de todo o mundo visando a realização do próximo Sínodo dos Bispos, que ocorrerá entre os dias 4 e 25 de outubro de 2015 sob o título “A vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo”.

As respostas às perguntas terão que ser informadas à secretaria do Sínodo antes do dia 15 de abril para procederem à preparação do Instrumentum Laboris, o documento que servirá como base para os debates da reunião dos bispos.

Estas perguntas surgiram depois do sínodo extraordinário sobre a família e seus desafios, realizado em outubro, no qual muitas questões ficaram abertas devido às divergências entre os bispos e foi aconselhado um maior aprofundamento sobre os assuntos.

As conferências episcopais deverão disponibilizar estas perguntas a “todos os componentes da Igreja local, instituições de ensino, organizações, movimentos laicos e outras instâncias eclesiais”.

“De que modo a comunidade cristã dirige sua atenção pastoral para as famílias com pessoas com tendência homossexual? Evitando cada injusta discriminação, de que modo é possível atender as pessoas em tais situações à luz do Evangelho? Como propor as exigências da vontade de Deus sobre sua situação?”, questiona o Vaticano.

Também são pedidos conselhos sobre “como tornar mais acessíveis e ágeis, e possivelmente gratuitos, os procedimentos para o reconhecimento de nulidade do casamento”, um dos temas citados no último sínodo e apoiado pelo papa Francisco.

Outro tema em pauta se chama “famílias feridas”, nas quais estão os divorciados e separados, sobre a possibilidade de dar os sacramentos àqueles que se casaram novamente, o que provocou fortes divisões na última assembleia de bispos entre os favoráveis à “misericórdia” e os defensores ferrenhos da doutrina.

“A pastoral sacramental, no que se refere aos divorciados que voltaram a se casar, precisa de aprofundamento, inclusive avaliando a práxis ortodoxa e levando em conta a distinção entre situação objetiva de pecado e seus atenuantes. Em que perspectivas podemos nos movimentar? Quais são os possíveis passos e que sugestões podem ser dadas para evitar as normas de impedimento indevidas ou desnecessárias?”, perguntam.

No questionário também há referências às “diferentes formas de união” e é perguntado o que pode ser feito para que o casal encontre coragem e confiança para “chegar à plenitude do casamento cristão”.

Também é questionado sobre como os fiéis católicos devem se posicionar em relação a estas pessoas “com uma atitude de aceitação e apoio”.

A ideia de formular um questionário já havia sido utilizada na preparação do sínodo anterior e servirá para o próximo, quando deverão surgir conclusões.

No documento divulgado nesta terça-feira é pedido que se “faça de tudo para que não se comece do zero e que seja continuado o caminho já iniciado pelo sínodo extraordinário dos bispos”. EFE

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