Vaticano nega ter obstaculizado investigações sobre casos de pedofilia

  • Por Agencia EFE
  • 16/01/2014 13h26

Cidade do Vaticano, 16 jan (EFE).- O representante da Santa Sé nas Nações Unidas em Genebra, Silvano Tomasi, rejeita as acusações sobre que o Vaticano tenha obstaculizado as investigações a sacerdotes católicos acusados de abusos sexuais contra menores.

As declarações nas quais manifesta essa rejeição estão incluídas em entrevista publicada hoje no site da “Rádio Vaticano”, coincidindo com o interrogatório ao qual o Vaticano está sendo submetido no Comitê das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança, em relação aos casos de pedofilia cometidos por sacerdotes no mundo todo.

“As acusações que a Santa Sé obstaculizou a atuação da Justiça me parecem gratuitas. Impedir um país de aplicar sua jurisdição seria uma interferência ilegal e injusta”, disse Tomasi na mencionada entrevista.

O representante do Vaticano, que tem categoria de observador permanente na ONU, acrescentou que o Estado pontifício “apoia o direito e o dever de cada país de julgar os crimes contra os menores” e que também pretende “que haja transparência e que a justiça siga seu curso”.

Tomasi explicou que a Santa Sé se compromete a cumprir todas as obrigações derivadas da ratificação da Convenção sobre os Direitos da Criança e lembrou que o papa Francisco criou uma comissão específica para prevenir os casos de pedofilia na Igreja.

Por outro lado, o porta-voz do escritório de imprensa do Vaticano, Federico Lombardi, divulgou uma nota na qual sustenta que o papa Francisco é o maior representante da defesa da infância.

“Que chefe dos 193 Estados do Comitê da Convenção sobre os Direitos da Criança pode representar melhor testemunho e eficaz aval que o papa Francisco e seu amor tão forte pela infância?”, pergunta Lombardi no comunicado.

O texto reitera que “a Santa Sé lamenta profundamente o flagelo do abuso sexual, que afeta milhões de crianças no mundo todo, e lamenta também que, infelizmente, alguns membros do clero tenham estado envolvidos em abusos similares.

Além disso, especifica que tanto os últimos pontífices como as instituições competentes da Cúria Romana trabalharam para “o estabelecimento de normas e diretrizes rigorosas e eficazes para curar, resistir e prevenir os graves fenômenos de abuso sexual contra menores de idade “.

“Incluindo a atualização das leis do Estado da Cidade do Vaticano em assuntos penais”, acrescentou Lombardi.

O porta-voz vaticano destacou, além disso, que “a Santa Sé deu sempre amplas e eficazes respostas” ao Comitê da Convenção sobre os Direitos da Criança. EFE

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