Vázquez cria comissão para investigar desaparecidos da ditadura uruguaia

  • Por Agencia EFE
  • 13/02/2015 15h12

Montevidéu, 13 fev (EFE).- O presidente eleito do Uruguai, Tabaré Vázquez, anunciou nesta sexta-feira a formação do Grupo de Trabalho pela Verdade e Justiça, integrado por líderes de diversos coletivos sociais, com o objetivo de esclarecer os crimes cometidos durante a ditadura militar uruguaia (1973-1985).

Acompanhado por parlamentares, líderes religiosos e representantes de familiares de desaparecidos e de grupos afrodescendentes, Vázquez afirmou em entrevista coletiva que o objetivo fundamental do grupo será “trabalhar no tema dos cidadãos e cidadãs uruguaios desaparecidos”, que são “mais de 200”, tanto no país como fora de suas fronteiras.

A composição da comissão tem “razões éticas, morais, profundas, humanísticas de nossa sociedade em seu conjunto de seguir trabalhando, contribuindo e buscando a verdade e a justiça neste tema tão sensível para a população uruguaia”, disse Vázquez.

“É um compromisso formal que adquirimos como força política e também pessoalmente”, acrescentou o futuro líder. Vázquez explicou que o grupo será oficializado após 1º de março, quando tomará posse oficialmente, e será subordinado à presidência.

Vázquez argumentou que a comissão permitirá se chegar mais além do que “foi feito até o momento”, mas não excluíra as organizações envolvidas até agora nas investigações, que serão consultadas “permanentemente”.

Vázquez afirmou ainda que a comissão será reduzida, para dinamizar seu funcionamento, e seus integrantes são pessoas diretamente relacionadas ao tema.

O grupo deverá analisar os arquivos existentes, buscar informação relevante e reconstruir crimes a partir do depoimento das vítimas, de seus parentes ou simples testemunhas.

Toda a informação existente e a gerada pela comissão será digitalizada, o que agilizará seu processamento e análise.

Além disso, o grupo deverá acompanhar o cumprimento das sentenças ditadas contra o Estado, tanto em nível nacional como internacional, e analisar as leis e medidas de reparação. EFE

mrm/dk

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