Vencedores de prêmio pedem fortalecimento de instituições na América Latina

  • Por Agencia EFE
  • 07/11/2014 18h39

Miami, 7 nov (EFE).- O fortalecimento das instituições, a melhora da produtividade e de infraestruturas e a busca por uma educação de qualidade são fatores cruciais para o crescimento e a prosperidade da América Latina na próxima década, destacaram nesta sexta-feira vários analistas que participam em Miami da 20ª edição dos prêmios Bravo, organizado pela revista de negócios “Latin Grade”.

As bem-sucedidas reformas estruturais e macroeconômicas empreendidas na América Latina nos últimos 20 anos permitiram o desenvolvimento de uma sólida classe média; mas esta direção precisa ser fortalecida por uma aposta decidida pela tecnologia e inovação e políticas sociais justas.

E é aí que a “revolução digital” se prova estratégica, por auxiliar na criação e manutenção de um “ecossistema” na região que favoreça a permanência das empresas emergentes e o “talento individual”, apontou José María Álvarez-Pallete, executivo-chefe da espanhola Telefônica, que tem grande entrada em toda a América Latina.

Álvarez-Pallete se mostrou muito otimista sobre as perspectivas de crescimento no continente, ao garantir que a próxima década terá grandes transformações na região, “sem paralelo”, mas que devem ser cimentadas em uma “melhora da infraestrutura básica” para que não afete à produtividade.

O diretor da Telefónica recebeu o prêmio Líder Corporativo Renovador. O ex-secretário geral ibero-americano Enrique Iglesias, o prêmio Legado, e o presidente de Banco Latino-Americano de Desenvolvimento (CAF), Enrique García, o prêmio Financeiro do Ano, na conferência “A próxima década de decisões que mudarão a América Latina”.

Álvarez-Pallete destacou a profunda e “pioneira” implantação da Telefônica na América Latina, onde desembarcou há 25 anos, até o ponto de dois terços de sua pasta de clientes estar na região: “A América Latina é parte principal de nosso crescimento e não se pode compreender a Telefônica sem a América Latina, afirmou.

A fórmula de inovação e crescimento, vital para o desenvolvimento de um setor estratégico como o das telecomunicações, só pode se sustentar se o investimento privado aumentar. “Com 70% de investimento público e só 30% privado, como é atualmente, não pode ser”. “Estes fatores têm que se inverter”, ressaltou.

Para Enrique García, a conjuntura atual da América Latina também se define por uma série de “desequilíbrios” e, na realidade, de “crescimento baixo”, embora a “boa notícia” seja de os governos “terem aprendido a lição dos anos 70 e 80 e conseguido acabar com a hiperinflação” com acertadas políticas econômicas.

“Um crescimento do PIB na região de 4% ou 5% não é excelente, mas razoável, embora devesse chegar a 5,5% ou 6% para obter resultados mais sustentáveis”, opinou.

García enfatizou a importância de dobrar o investimento em obras de infraestrutura, que hoje é de apenas 3%, e ressaltou um fator que é, em sua opinião, fundamental para o desenvolvimento competitivo: “Melhorar a qualidade e extensão da educação”.

Otimismo semelhante demonstrou Enrique Iglesias, que insistiu na necessidade de controlar a inflação, “o pior inimigo”, e focar na alta produtividade.

“Tecnologia e inovação, desenvolvimento do setor energético, relações internacionais abertas, infraestrutura e políticas sociais justas para eliminar a pobreza devem ser as prioridades da região, se ela quiser pisar firme e ser competitiva em nível global”, destacou Iglesias, presidente da Fundação ASTUR. EFE

emi/cd/rsd

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.