Vencedores esperam que prêmio ajude a salvar rio Jacuí

  • Por Agencia EFE
  • 12/03/2014 12h23
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Rio de Janeiro, 12 mar (EFE).- Os jornalistas Renata Borges Colombo e Fábio Almeida, que nesta quarta-feira venceram o prêmio Rei da Espanha na categoria Rádio por um trabalho sobre a dragagem que ameaça um rio do sul do Brasil, esperam que esse reconhecimento reacenda o debate e contribua para salvar o Jacuí.

“Um prêmio dessa magnitude demonstra que o que denunciamos não é um problema local: que é algo grave e que tem que ser solucionado”, disse à Agência Efe Renata Colombo, repórter da “Rádio Gaúcha”, do “Grupo RBS”.

Fábio, por sua vez, disse à Efe que “a repercussão gerada por um prêmio tão importante pode voltar a lançar luz sobre o assunto e pressionar as autoridades para que adotem as medidas necessárias para refrear a degradação do rio Jacuí”.

O jornalista, repórter investigativo da rede de TV “RBS”, trabalhou no projeto multimídia premiado, “Império da Areia: a dragagem que mata o Jacuí”.

O trabalho, eleito entre os 20 candidatos da categoria, foi transmitido pela “Rádio Gaúcha” em 14 de janeiro de 2013 e apresenta uma investigação jornalística de seis meses sobre a dragagem ilegal do rio Jacuí, o segundo mais importante do Rio Grande do Sul.

Os dois jornalistas percorreram durante seis meses um trecho de 180 quilômetros do Jacuí para documentar irregularidades e realizaram uma reportagem multimídia divulgada pelos veículos de imprensa associados à “RBS”.

A investigação demonstrou que a dragagem no Jacuí por parte das principais abastecedoras de areia no Rio Grande do Sul havia se estendido ilegalmente a áreas protegidas, como as margens do rio, e constituía uma agressão ambiental com graves danos ecológicos.

“Até a Polícia Federal abriu uma investigação em que fomos chamados a testemunhar e que terminou com a detenção de 18 pessoas, incluindo ex-secretários do Meio Ambiente”, destacou Fábio em conversa com a Efe.

Para ambos, o prêmio “Rei da Espanha” servirá, pela importância que tem, para reacender todo o debate gerado na época e para reivindicar medidas de preservação do rio.

“A regulamentação para a extração de areia no estado já foi modificada, mas ainda é preciso mudar as regras de mineração no Rio Grande do Sul e adotar medidas para melhorar a fiscalização e para salvar o Jacuí”, afirmou Fábio.

“O prêmio vai ajudar. Cada vez que o assunto é abordado com novas notícias recebemos novas denúncias. Com a repercussão gerada pelo Rei da Espanha será o mesmo”, acrescentou o jornalista investigativo.

Segundo Renata, o primeiro prêmio foi haver gerado uma grande discussão sobre as normas de dragadgem do rio e provocado algumas mudanças.

“O Prêmio Rei da Espanha mostra que a denúncia ainda vale, que gera preocupação internacional e que ainda há muito a fazer. Mostra que quem redige as leis e quem fiscaliza não pode dar as costas ao problema”, concluiu a jornalista. EFE

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