Vendas do comércio sofrem maior queda em 6 anos

  • Por Agencia EFE
  • 11/09/2014 12h46
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Rio de Janeiro, 11 set (EFE).- O volume de vendas do comércio caiu 1,1% em julho na comparação com junho, a maior queda em quase seis anos, informou nesta quinta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

As vendas no varejo não registravam uma queda tão elevada em relação ao mês anterior desde outubro de 2008, quando o Brasil começou a sentir os efeitos da crise econômica internacional.

Na comparação com julho de 2013, a retração registrada foi de 0,9%, segundo o IBGE.

A redução também já tinha ocorrido em junho, quando as vendas caíram 0,7% em relação a maio. O governo atribuiu o resultado aos vários feriados concedidos no período, em razão da realização da Copa do Mundo no país.

Com o mau desempenho de julho, o setor acumula um crescimento de 3,5% nos sete primeiros meses do ano.

Dos dez setores analisados, quatro registraram redução das vendas entre junho e julho, apontou o IBGE.

Os segmentos que sofreram as maiores quedas foram os de móveis e eletrodomésticos, com baixa de 4,1%, alimentos e bebidas (1,3%), artigos de uso pessoal e doméstico (0,4%) e tecidos, confecções e calçados (0,1%).

Os analistas do IBGE disseram que a redução das vendas de móveis e eletrodomésticos foi motivada pelo menor crescimento do crédito e pela alta dos preços dos produtos como consequência da inflação.

Em contrapartida, o comércio de veículos e motocicletas subiu 4,3%, de material de construção 3,8%, de livros e periódicos 2,1%, de equipamentos de escritório e informática 0,9%, e de combustíveis e lubrificantes 0,8%.

A desaceleração do consumo dos brasileiros, provocada pela inflação, queda do crédito, maior endividamento e menor confiança dos consumidores, foi citada entre as razões da contração da economia do país no segundo trimestre deste ano.

Segundo os dados oficiais divulgados em agosto, a economia brasileira se retraiu 0,6% no segundo trimestre e, ao acumular dois trimestres consecutivos de crescimento negativo, entrou no que os especialistas chamam de “recessão técnica”. EFE

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