Vendas no varejo sobem 1,4% em 2021 e registram o 5º ano seguido de alta

Resultado foi puxado pelo bom desempenho no primeiro semestre; em dezembro, setor teve queda de 0,1%

  • Por Jovem Pan
  • 09/02/2022 10h10 - Atualizado em 09/02/2022 15h14
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ROBERTO COSTA/CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDO Pessoas fazendo compras na região do Brás Brasileiros fazendo compras na região do Brás, área central da capital paulista

As vendas no comércio registraram alta de 1,4% em 2021, o quinto ano seguido de resultados positivos, informou nesta quarta-feira, 9, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O desempenho deixa o varejo em patamar semelhante em 2020 (1,2%) e 2019 (1,8%). O avanço foi puxado pela sequência de resultados positivos no primeiro semestre do ano passado, quando a atividade registrou alta de 6,7%. Na segunda metade, no entanto, o ritmo de vendas teve queda de 3%. Em dezembro, a variação ficou negativa em 0,1% ante leve alta de 0,4% em novembro. “Como o primeiro semestre de 2020 foi marcado pelo início da pandemia de Covid-19 no Brasil, com o fechamento do comércio durante vários meses em boa parte do país, a base de comparação para o primeiro semestre de 2021 era baixa e, portanto, o crescimento nesse período era esperado. Já a segunda metade de 2020 foi marcada pela retomada das atividades, enquanto que o mesmo período de 2021 não teve tanta força para o volume de vendas no varejo”, explica o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.

Já o varejo ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e material de construção, encerrou 2021 com crescimento acumulado de 4,5%, invertendo a perda de 1,4% registrada em 2020. Na passagem de novembro para dezembro de 2021, na série com ajuste sazonal, o volume de vendas no varejo ampliado registrou variação de 0,3%. “A inflação continua exercendo impacto nos indicadores, uma vez que a variação de receita nominal de vendas do varejo é positiva em 0,3%, na passagem de novembro para dezembro”, afirma Santos.

O setor deve ser desafiado em 2022 pela manutenção da inflação elevada e os reflexos na corrosão do salário dos brasileiros. A alta dos juros, que retrai o consumo e aumenta as taxas para a concessão de crédito, também deve pesar no desempenho das vendas. “Pelo lado positivo, a recuperação sólida do emprego, tanto categorias formais quanto informais, combinada ao novo programa de transferências do governo devem permitir algum crescimento, ainda que moderado, da massa de renda ampliada disponível às famílias este ano. Projetamos elevação de 1% e 0,5% para os índices de varejo ampliado e restrito em 2022, respectivamente”, afirma Rodolfo Margato, economista da XP.

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