Venezuela acusa ONU de intervencionismo após crítica de porta-voz
Nações Unidas, 12 jun (EFE).- A Venezuela arremeteu nesta sexta-feira contra a ONU, acusando de “falsas e intervencionistas” as declarações do porta-voz do secretário-geral, que ontem expressou preocupação com a situação dos direitos humanos no país.
Em comunicado, o embaixador venezuelano nas Nações Unidas, Rafael Ramírez, mostrou sua “categórica rejeição” às palavras ditas quinta-feira pelo porta-voz Stéphane Dujarric.
Dujarric indicou em entrevista coletiva que o alto comissário da ONU para os Direitos Humanos está “acompanhando estreitamente a situação na Venezuela e está seriamente preocupado pela legalidade e com as condições dos que foram detidos por exercerem seu direito à liberdade de expressão e a reuniões pacíficas”.
Segundo Ramírez, o pronunciamento “constitui uma violação dos propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas”, assim como da resolução que criou o cargo de Alto Comissariado, que demanda um “tratamento objetivo, imparcial, não seletivo, sem manipulações nem concepções politicamente motivadas sobre o tema dos Direitos Humanos”.
“As declarações do porta-voz do secretário-geral debilitam a credibilidade institucional do Conselho de Direitos Humanos na medida em que prejulgam o funcionamento institucional de um país membro desta organização, e ultrapassam os mecanismos estabelecidos, como o Exame Periódico Universal e os órgãos dos tratados”, insistiu.
O embaixador reiterou a “permanente disposição da Venezuela de manter um diálogo construtivo baseado no respeito e através dos canais correspondentes para abordar e contribuir à promoção dos direitos humanos no mundo todo”.
Dujarric se referiu à Venezuela por causa da greve de fome iniciada terça-feira por dois jovens exilados venezuelanos em frente à sede da ONU, situação que provocou o interesse do alto comissário da ONU para os Direitos Humanos.EFE
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