Venezuela cria mercado cambial “aberto e livre” baseado em oferta e procura
Caracas, 10 fev (EFE).- O vice-presidente para a Área Econômica da Venezuela, Marcos Torres, anunciou nesta terça-feira que o país terá a partir de amanhã um sistema cambial com três modalidades e uma delas será um mercado “totalmente livre”, que contará com compradores e vendedores de moedas, tanto pessoas físicas como jurídicas.
Em entrevista coletiva no Banco Central da Venezuela (BCV), Torres explicou que esta terceira modalidade, que se chamará Sistema Marginal de Divisas (Simadi), funcionará através de instituições bancárias, casas de câmbio e operadores de valores autorizados.
Para esse sistema “aberto e livre” serão criados 3.792 pontos de atendimento em todo o país e será o próprio mercado que fixará a taxa de câmbio, mas será mantido um controle sobre “a origem dos fundos em moeda estrangeira” oferecidos, afirmou o também ministro da Economia.
“É muito positivo porque vai permitir livremente às pessoas que queiram ter acesso às moedas, onde os compradores e vendedores possam negociar entre si”, afirmou, explicando também que a compra e venda de divisas poderá ser feita com dinheiro ou por transferências bancárias.
O ministro e o presidente do BCV, Nelson Merentes, explicaram que na primeira modalidade do novo modelo cambial será mantida a taxa de câmbio atual de 6,3 bolívares por dólar para os setores de alimentação e saúde.
“Vamos incentivar a substituição de importações e a alocação de divisas com esta modalidade será para os setores produtivos comprometidos com o país”, disse Torres, que afirmou que 70% das necessidades da economia do país “estarão garantidas” para o câmbio de 6,30.
A segunda modalidade cambial unificará os dois Sistemas Complementares de Administração de Divisas atuais (Sicad I e II) em um só, cuja taxa começará com a do último leilão realizado no Sicad I (cerca de 12 bolívares por dólar).
Essa modalidade cobrirá 30% do resto das necessidades do país, segundo Torres.
O ministro ressaltou que o novo modelo cambial ajudará o governo a “combater a guerra econômica” e a “continuar cumprindo com seus compromissos nacionais e internacionais”
“O governo garante o cumprimento dos compromissos, não vamos cair em default”, garantiu. EFE
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