Venezuela denuncia “intromissão” do Reino Unido em disputa com Guiana

  • Por Agencia EFE
  • 13/06/2015 04h05

Caracas, 12 jun (EFE).- O governo da Venezuela denunciou nesta sexta-feira o que considera uma “intromissão” do Alto Comissário do Reino Unido na Guiana, Gregory Quinn, sobre a disputa que as duas nações sul-americanas mantêm sobre o território de Esequibo.

A Venezuela “denuncia categoricamente a intromissão do Alto Comissário do Reino Unido na República Cooperativa da Guiana, Gregory Quinn, em assuntos que são de total monopólio e incumbência de dois países soberanos, como é o referido à disputa territorial”, assinalou em comunicado o Ministério das Relações Exteriores venezuelano.

A reação do governo de Nicolás Maduro acontece depois que o site “inewsguyana.com” divulgou declarações de Quinn em que o mesmo afirma que a reivindicação territorial da Venezuela não tem fundamento.

“Não vemos fundamento no direito internacional que justifique as recentes reivindicações da Venezuela no que consideramos águas territoriais da Guiana”, declarou o comissário ao veículo guianês no último dia 8.

O governo de Maduro afirmou, através do texto, que Quinn, “fiel a sua herança colonialista, ofende a Venezuela com suas declarações intrometidas, que violam o Direito Internacional, e procura entorpecer as relações irmãs entre dois países vizinhos com suas opiniões”, disse.

A Venezuela “pede taxativamente aos diferentes fatores que querem entorpecer as relações com a República Cooperativa da Guiana que acabem com suas ações perturbadoras da boa vizinhança”, acrescentou.

O governo venezuelano garante que as opiniões de Quinn fazem parte de “uma campanha de mentiras e intrigas na qual participam a empresa Exxon Mobil e os meios de comunicação internacionais, que tem como objetivo propiciar um conflito entre dois países irmãos”.

A controvérsia entre os dois países é sobre uma área de cerca de 160 mil quilômetros quadrados, o que representa três quartos do território guianês e transforma este conflito na maior disputa territorial do continente.

O novo governo de Guiana, comandado pelo presidente David Granger, advertiu, em um comunicado divulgado na última segunda-feira, que pretende chamar a atenção da comunidade internacional sobre a disputa territorial com a Venezuela, uma das mais importantes do continente.

A reação guianesa foi produto de um decreto assinado na Venezuela, que modificou suas fronteiras marítimas para incluir esta região em disputa e que inclui um território onde recentemente foram descobertas reservas de petróleo.

A Guiana solicitou diretamente ao secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, que acelere a busca por uma solução legal para este conflito.

A iniciativa do governo guianês, que acaba de assumir o comando do país após as eleições de 11 de maio, foi divulgada depois que Maduro responsabilizou, na quarta-feira passada, a companhia petrolífera Exxon Mobil pelo conflito. A empresa americana lidera nesse território uma grande exploração petrolífera junto com várias companhias locais. EFE

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.