Venezuela e Colômbia buscam responsáveis por incidente que fechou fronteira
Alberto Andreo.
Caracas, 20 ago (EFE).- Venezuela e Colômbia se empenharam nesta quinta-feira em encontrar os responsáveis por ferir três militares e um civil durante um confronto ontem com supostos contrabandistas em uma região da fronteira, um incidente que levou o presidente Nicolás Maduro a fechar a passagem oeste ao país vizinho por 72 horas.
A Venezuela começou bem cedo o desdobramento da operação nas cidades de San Antonio e Ureña, fronteiriças com a Colômbia, enquanto no país vizinho, sua chanceler, María Ángela Holguín, anunciou a “reação imediata” da polícia e o reforço de seu lado da fronteira para “impedir que os delinquentes” cruzassem ao país.
Maduro ordenou ontem o fechamento das fronteiras desta parte do país por 72 horas após três soldados da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) e um civil ficarem feridos em um incidente na região, segundo o chefe do Executivo venezuelano.
O governador de Táchira, José Vielma Mora, especificou que o confronto começou quando os soldados interceptaram supostos contrabandistas com “uma carga de mercadorias pronta para levar à Colômbia”.
As subvenções à gasolina – a mais barata do mundo – ou a determinados alimentos e produtos de higiene pessoal na Venezuela criam amplas margens de lucro para os contrabandistas e facilitam esta prática ilegal, principalmente rumo à Colômbia, através da porosa fronteira de 2.219 quilômetros que compartilham.
Para enfrentar este problema a Venezuela ordenou há semanas, com o apoio da Colômbia, o fechamento noturno das passagens fronteiriças desta área, uma medida que até o momento não foi suspensa.
Holguín qualificou hoje a ordem de enclausurar por 72 horas a fronteira como “uma decisão soberana” do governo venezuelano e revelou que Caracas lhe informou que pelo menos um dos supostos contrabandistas ficou ferido e poderia ter se dirigido a algum hospital no país.
“Estivemos trabalhando nas clínicas para buscar estes delinquentes”, garantiu a chanceler.
Por sua parte, Maduro disse hoje que em breve anunciará novas medidas de segurança para “formular uma política superior de estabilização” da fronteira e garantiu que será implementado “um marco jurídico novo” que começa com este fechamento de três dias, embora não tenha dado detalhes.
Além disso, declarou ter ordenado a sua chanceler, Delcy Rodríguez, coordenar “de maneira imediata” uma “reunião especial” com Holguín para abordar a “grave” situação da fronteira após os incidentes de ontem.
O chefe do Executivo venezuelano pediu ainda ao governo colombiano para fazer valer junto a seu Executivo os acordos de Cartagena “com muita firmeza, com muito equilíbrio, com muita sabedoria, com muita capacidade política”.
Maduro e o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, assinaram em agosto do ano passado nesta cidade colombiana uma bateria de acordos para lutar contra o contrabando fronteiriço. EFE
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