Venezuela: EUA “seguirão decepcionados” se tentarem subjugar a América Latina
Caracas, 4 abr (EFE).- O governo venezuelano assegurou neste sábado que a decepção expressada pelos Estados Unidos quanto à solidariedade dos países latino-americanos com a Venezuela perante as sanções decretadas pelo presidente Barack Obama se repetirá cada vez o governo americano “tentar subjugar os povos livres”.
“O império continuará se decepcionando cada vez que tentar subjugar aos povos livres da América Latina”, declarou o chefe do Distrito Capital, Ernesto Villegas, ao comentar a decepção admitida nesta quinta-feira pela subsecretária de Estado dos EUA para a América Latina, Roberta Jacobson.
“Me decepcionou não haver mais países que defendam que (as sanções) não eram para prejudicar os venezuelanos ou o governo da Venezuela em seu conjunto”, reconheceu a diplomata em Washington.
Em uma conferência sobre a Cúpula das Américas que será realizada no Panamá na semana que vem, Jacobson qualificou o respaldo dos países latino-americanos à Venezuela como um exercício de solidariedade baseada na retórica, com “um tom” que, avaliou, “demoniza os Estados Unidos”.
Ao receber assinaturas de venezuelanos em rejeição à ordem executiva que Obama decretou em 9 de março e que classifica a situação interna da Venezuela como “ameaça extraordinária e incomum” à segurança americana, Villegas lembrou que contra isso se posicionaram a Unasul, a Alba e a Celac, entre outras instâncias regionais.
Os países do continente consideram “inaceitável” o decreto de Obama, “inclusive” aqueles “que não compartilham nossa visão ideológica”, destacou o funcionário do governo venezuelano.
“O que está em jogo é a soberania dos países” e por isso as nações reagiram para que os Estados Unidos estabeleçam “uma relação de respeito e de igualdade”, acrescentou.
O aumento das tensões entre os dois países, também por causa da imposição de sanções contra sete funcionários venezuelanos acusados de violar direitos humanos, desponta como um dos assuntos que se sobressairão na Cúpula das Américas no Panamá, na qual são esperaras as presenças de Maduro e Obama.
“Nenhuma superpotência declara emergência nacional por sete pessoas” como fez Obama, e por isso na cúpula do Panamá “a voz da América Latina trovejará, porque nenhum governo democrático pode aceitar e tolerar que haja um país no continente que interfira em competências de outros”, ressaltou Villegas. EFE
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