Venezuela repudia protesto da Colômbia por tratado de delimitação fronteiriça
Caracas, 23 jun (EFE).- A Venezuela expressou repúdio nesta terça-feira protesto formal da Colômbia, por causa de um recente decreto do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que estabelece zona operativa de defesa integral, em águas que interessam aos dois países.
O Ministério das Relações Exteriores venezuelano emitiu comunicado que recrimina o país vizinho,indicando que deveria se debater o assunto na Comissão Binacional de Alto Nível (COBAN), criada em 1990.
“A Venezuela chama a atenção sobre o teor das declarações do governo da Colômbia, em que se escandaliza e exagera as chantagens e mentiras midiáticas em substituição de válidos canais diplomáticos e de diálogo entre países de boa vizinhança”, diz a nota.
“Concordamos na realização da COBAN, para conversarmos oportuna e eficazmente sobre os temas de interesse bilateral, que resulte nas boas relações entre ambos países”, completa o texto oficial.
A chanceler da Colômbia, María Angela Holguín, entregou a nota de protesto formal na quarta-feira passada, ao embaixador venezuelano em Bogotá, Ivan Rincón Urdaneta, após ter conversado no mesmo dia com a chanceler da Venezuela, Delcy Rodríguez.
“São áreas que estão em disputa. Não tivemos um litígio porque não fomos a nenhum tribunal internacional, o fizemos bilateralmente. Há uma comissão negociadora presidencial desde 1990 que veio estudando essas áreas”, explicou Holguín.
O documento oficial entregue pela Chancelaria colombiana solicita à Venezuela que se adotem medidas necessárias para “corrigir o Decreto de Número 1787, de 26 de maio de 2015, em que se criam e ativam zonas operativas de defena Integral, Marítimas e Insulares”.
Segundo a Colômbia, esta medida inclui disposições que afetam os interesses e a posição histórica do país com relação a delimitação das áreas marinhas e submarinas” com a Venezuela, por isso é cobrada uma retificação.
O comunicado do Ministério das Relações Exteriores venezuelano destaca que o país cumprirá todos os tratados internacionais validamente assinados, fiel a sua tradição de respeito absoluto do Direito Internacional Público”, mas questiona o que chama de campanha de ódio alimentada pelo governo colombiano. EFE
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